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O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) passou a semana tratando das suas acomodações no gabinete especial que ocupará pelos próximos dois anos. Ele exigiu o mesmo privilégio concedido a todos os ex-presidentes da Casa: quando deixam o cargo, trocam o gabinete de origem por um mais amplo, com antessalas, salas de reuniões, banheiro exclusivo, mais funcionários que o usual e tratamento vip da administração.

Além disso, a praxe é instalar os ex-presidentes em supergabinetes próximos ao plenário e às comissões, isso porque vossas excelências não podem caminhar até os anexos como os colegas mortais.

Maranhão não se constrangeu em exigir o privilégio, mesmo tendo ocupado interinamente o cargo de presidente da Câmara por apenas dois meses, quando o notório então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi defenestrado do posto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, Maranhão era vice-presidente da Casa e exerceu uma desastrosa interinidade. No cargo, em uma de suas decisões mais polêmicas, anulou a sessão que deu andamento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff – pouco depois, voltou atrás e anulou o próprio despacho. A gestão de Maranhão foi marcada por confusas decisões.

Os ex-presidentes Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Marco Maia (PT-RS) também ocupam gabinetes especiais. Até antes de ser denunciado como beneficiário de um apartamento nos Estados Unidos, fruto de propina, várias vezes por semana Maia oferecia fartos almoços a colegas com técnica de articulação política.

O privilégio para a casta dos ex-presidentes virou regra não escrita. Foi adotado informalmente pelo ex-presidente Inocêncio de Oliveira e seguido alegremente por todos os presidentes seguintes: Michel Temer, Henrique Alves, João Paulo cunha (que perdeu o privilégio quando foi cassado). Eduardo Cunha não chegou a aproveitar porque foi cassado e hospeda-se na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, por decisão do juiz Sergio Moro.

Esse benefício, ou privilégio, passou a ser um problema para a diretoria da Casa. A cada dois anos precisam encontrar um gabinete amplo para os ex-presidentes. Para tanto, sacrificam setores da assessoria parlamentar, empurrada para locais distantes e dependências nos subsolos da Câmara.



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