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Empresas teriam sido criadas para desviar cerca de R$ 200 milhões.
Os contratos investigados são de R$ 680 milhões. 


A mais importante obra que está sendo construída para abastecimento de água da população de vários municípios do Nordeste castigados pela seca, também, entra para história pelas denúncias de corrupção. A transposição de águas do Rio São Francisco, que beneficia cidades dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambucano e Paraíba, é alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

As gravações de conversas por telefone e depoimentos na Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, levaram a Polícia Federal a prender executivos de empresas que ganharam licitação para construção de obras da transposição do São Francisco.

A Polícia Federal prendeu quatro pessoas, suspeitas de desviar R$ 200 milhões da construção dos canais que devem levar água do Rio São Francisco para o sertão do Nordeste. Cento e cinquenta policiais federais participaram da operação, que aconteceu em oito estados e no Distrito Federal. São 32 mandados judiciais: 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva, e quatro de prisão.

A obra começou em 2007, deveria ter acabado há três anos, mas o cronograma atrasou. O orçamento que era de R$ 4,5 bilhões agora já passa dos R$ 8 bilhões. O projeto pretende levar a água do rio para beneficiar 12 milhões de pessoas em quase 400 cidades de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Os contratos investigados são de R$ 680 milhões.

A Polícia Federal disse que empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo e Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões do dinheiro público destinado à transposição. De acordo com a Polícia Federal, essas empresas de fachada estariam em nome do doleiro Alberto Youssef, do lobista Adir Assad, presos durante a Operação Lava Jato, que investiga desvio e lavagem de dinheiro da Petrobras.

Há suspeita de desvio de, pelo menos, 200 milhões de reais em uma licitação de 600 milhões de reais. A obra tem um valor estimado em 9 bilhões de reais e deveria ter sido entregue há cinco anos, mas as atrasos a empurram para 2017. A transposição é apontada como único caminho para ser evitado o colapso no abastecimento de água da população nas cidades mais castigadas pela seca no Nordeste. Mesmo diante da importância social e humanitária da transposição, os espertalhões e oportunistas superfaturam e desviam o dinheiro da obra para enriquecer, enquanto milhões de pessoas continuam sofrendo com a falta de água.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal encontraram fortes indícios de superfaturamento nas obras de um dos trechos da transposição de água do Rio São Francisco e  poderão revelar novas informações sobre envolvidos e qual destino levou o dinheiro dessa obra faraônica.



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