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"Não vamos deixar que encurtem o caminho para o poder numa eleição falsificada de impeachment", completou a presidente durante discurso à simpatizantes do governo


Em um discurso duro diante de uma plateia de simpatizantes de seu governo, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o "pecado original" do impeachment, processo que, na avaliação da petista, é uma tentativa de "encurtar o caminho para o poder" de pessoas que não venceram as eleições.

"O senhor presidente da Câmara, que tem acusações e pedidos de processo no Supremo Tribunal Federal, abriu o impeachment. Esse é o pecado original", afirmou Dilma. "Não vamos deixar que encurtem o caminho para o poder numa eleição falsificada de impeachment", completou.

A presidente acusou Cunha de tentar fazer "um jogo escuso" com o governo ao pedir que o PT orientasse seus três deputados no Conselho de Ética da Câmara a votarem a favor do peemedebista em troca de não aceitar o pedido de impeachment. O PT, porém, pediu que os parlamentares votassem contra Cunha e o presidente da Câmara aceitou, na sequência, o processo.

"Um governo que aceita uma negociação dessas é um governo que entra em processo de empodrecimento", completou Dilma. À época, o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, recebeu aliados de Cunha para conversas em seu gabinete, mas sempre negou qualquer tipo de negociação.

Sem citar o nome de Cunha nem o do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que assumirá o Palácio do Planalto caso o Senado decida afastar Dilma durante o julgamento do impeachment, a presidente disse que não é acusada de nenhum crime e que "inventam" um crime para poder tirá-la do cargo.

"Eu não tenho contas no exterior, jamais usei dinheiro público para me beneficiar, não tenho acusação de corrupção. Então, o que eles fizeram? Arranjaram uma acusação. Toda acusação arranjada é frágil. Me acusaram de ter praticas contábeis incorretas. Para me beneficiar? Não", disse a presidente.

Segundo Dilma, as chamadas pedalas fiscais, uma das bases do pedido de impeachment aprovado na Câmara, são praticadas desde 1994. "Mas só na minha vez é crime", disse a petista. "Não tendo crime do que me acusar, invetam que é crime aquilo que não é crime", declarou.

Em uma fala de mais de meia hora na abertura das Conferências Conjuntas de Direitos Humanos, em Brasília, Dilma disse que vai "lutar até o fim para que a democracia seja respeitada".

"Esse impeachment é um processo de eleição indireta daqueles que não têm voto para se colocar numa disputa e receber votos do povo brasileiro, que é o único caminho correto para alguém chegar ao governo", disse.



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