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As evidências apontam para uma ruptura política em Brasília e até o governo já considera inevitável a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e, um pouco mais a frente, o seu afastamento definitivo do Palácio do Planalto. Esse quadro causa um embaraço para o Comitê Rio 2016. Na hora "h", quem deve ser convidado para a abertura dos Jogos? Dilma ou seu cada vez mais provável sucessor, Michel Temer?

O assunto é tratado com delicadeza e total discrição pelos organizadores da Olimpíada. Mas a decisão já está tomada, como apurou a reportagem do Terra . O convite será endereçado ao chefe de Estado. A tradução política desse enredo é simples. O Rio 2016 quer se distanciar da crise e a todo custo vai tentar escapar de situações de constrangimento. Mas seus dirigentes sabem, salvo algum imprevisto, que estarão se dirigindo a Temer para que ele seja o anfitrião da festa, em 5 de agosto, no Maracanã.

Dilma, portanto, não assistirá à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpícos. Em entrevista à emissora de TV americana CNN , que foi ao ar na quinta-feira (28), a presidente disse que se sentiria triste se ficasse fora do evento, pois participou dos esforços para que a Olimpíada do Rio fosse realizada. Sua declaração repercutiu no Comitê Rio 2016, sem que, no entanto, houvesse alguma nova sugestão para o impasse.

O Rio 2016 considera totalmente inviável juntar num mesmo espaço Dilma e Temer, independentemente dos desdobramentos da crise política. Para o presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman, todos os discursos de agradecimento a partir de agora terão de ser muito cuidadosos, a fim de não sugerir uma preferência por "a" ou "b".

Em 3 de maio, Nuzman estará em Brasília, no evento que marcará o início do revezamento da tocha olímpica no Brasil. Dilma vai receber o dirigente e uma comitiva de atletas. Depois, não há mais nenhum contato previsto da presidente com os organizadores e protagonistas dos Jogos.



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