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Denúncia atribui ao marqueteiro papel de sustentação do esquema na estatal.
Santana e Monica Moura foram denunciados nesta quinta-feira (28).


Em denúncia apresentada nesta quinta-feira (28), o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o publicitário João Santana e a esposa dele, Monica Moura, integravam uma organização criminosa que tinha por objetivo perpetuar o esquema de corrupção na Petrobras. Conforme a acusação, eles agiam fazendo uso de conhecimentos publicitários para “trabalhar estrategicamente” a imagem do Partido dos Trabalhadores (PT).

O MPF apresentou duas novas denúncias da Operação Lava Jato nesta quinta, referentes a duas etapas da operação. A 23ª, que investigou pagamentos feitos a João Santana, e a 26ª que apurou a suspeita de que empresa Odebrecht possuía um departamento responsável por fazer pagamentos de vantagens indevidas a servidores públicos.

Denunciado nas duas ações, João Santana trabalhou como marqueteiro em campanhas do PT entre os anos de 2002 e 2014. Dentre as campanhas estiveram as duas eleições de Dilma Rousseff e a campanha de reeleição de Lula em 2006, além de campanhas de Delcídio do Amaral, Marta Suplicy, Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad.

“Ao mesmo tempo em que tinham pleno conhecimento do esquema de corrupção implementado na Petrobras e que eram beneficiados economicamente por recursos provenientes dos ilícitos cometidos em desfavor da Estatal, Monica Moura e João Santana (...) trabalhavam estrategicamente a imagem e a atuação da agremiação partidária, agindo como verdadeiros conselheiros do Partido dos Trabalhadores”, afirma trecho da denúncia.

Segundo o MPF, a ação do casal objetivava manter a “alta projeção nacional do partido” e garantir que as gestões dos membros eleitos do PT fossem exercidas “de forma midiaticamente conveniente ao Partido dos Trabalhadores”. A denúncia afirma ainda que João Santana e Monica Moura agiam como “verdadeiros pontos de sustentação do PT no poder”.

“A partir do esquema de corrupção implementado pelo PT e do trabalho de marketing exercido por João Santana e Monica Moura em favor do partido (tanto no período eleitoral quanto fora dele), os dois grupos lucravam ilicitamente, já que a manutenção do Partido dos Trabalhadores no poder permitia que os valores espúrios auferidos com a corrupção continuassem a abastecer os cofres da agremiação partidária e dos publicitários”, dizem os procuradores.

Conforme o MPF, enquanto cabia a João Santana estabelecer contatos com políticos e agir como consultor do PT e seus candidatos, Monica Moura adotava providências para prestação dos serviços e recebimento dos recursos ilícitos.

Conselheiros
A denúncia sustenta que, além do trabalho de marketing eleitoral, o casal agia como “conselheiros da alta cúpula da agremiação”. Essas ajudas consistiam em direcionar a linha publicitária do partido e de candidatos, além de intermediar contatos com lideranças da legenda, como Lula e Dilma Rousseff.

“Após as eleições, o estreito relacionamento estabelecido com os governantes do Partido dos Trabalhadores permitia a Monica Moura e João Santana adquirirem profundo conhecimento sobre as atividades lícitas e ilícitas do Partido, uma vez que estas condutas eram fundamentais para que fosse estruturado o projeto de manutenção no poder do Partido”, diz a denúncia.



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