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Morador de comunidade que levava nome de Dilma Rousseff mostra placa de homenagem retiradaO congresso ainda não terminou o processo para declarar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que está sob ataque, mas em uma favela que leva seu nome ela já foi deposta.

“Colocamos a placa quando Dilma foi eleita, achando que ia valer alguma coisa, mas não aconteceu absolutamente nada”, disse Marilene Silva Souza, 40, que vende biscoitos e garrafas de água na estrada.
“Estamos comendo restos. Se você quiser comer um pouco melhor, tem que pagar um absurdo”.


Para as casas da comunidade – feitas basicamente de tijolo e telha de amianto e, em geral, com três ou quatro cômodos – terem luz, os moradores puxam energia da rede pública, que passa pela estrada. Hoje, o que a favela mais precisa é de energia elétrica e de uma creche, diz o pastor.

— As crianças vão à creche, mas é meio distante. A mais próxima, no Bairro 32, em Nova Iguaçu, fica a uns cinco quilômetros daqui. Elas vão a pé.

A vendedora ambulante Priscila Michele Rodrigues, de 24 anos, é a favor do impeachment. E é objetiva ao justificar:

— Eu quero que ela saia porque o país está muito em crise. As coisas estão muito caras. Os preços da fralda, do leite, do arroz, do feijão, do óleo… está tudo um absurdo. O óleo mais barato é R$ 4.

A reclamação é de uma jovem com dois filhos pequenos e que já espera o terceiro. Vendendo água, balas e amendoim na estrada, Priscila e o marido, que exerce a mesma atividade, conseguem, por mês, de R$ 300 a R$ 400. A renda que só dá, basicamente, para a alimentação das filhas Graciany, de 5 anos, e Arian, de 1 ano e sete meses.

Grávida de oito meses, Priscila ainda terá mais uma boca para alimentar. A jovem ainda não sabe se o bebê é menino ou menina. Ela conta que já tentou várias vezes se cadastrar para receber o Bolsa Família, mas até hoje não conseguiu porque é sempre informada que “a fila está muito grande”, com muitas pessoas que também estão à espera do benefício.

— Eu acho que as coisas vão melhorar se não entrar alguém mais corrupto do que ela. Mas eu não queria que fosse o Temer porque ele é do mesmo grupo. Não vai mudar. Acho que a melhor opção seriam novas eleições. O povo está sofrendo. Eu seria a primeira a ir votar — disse Priscila, que estudou até o quinto ano do Ensino Fundamental e tinha voltado à escola, mas teve que parar por conta da gravidez.



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