A renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, desencadeou uma série de fatos que culminaram em um golpe de estado em 31 de março de 1964. O sucessor, João Goulart, foi deposto pelos militares com apoio de setores da sociedade, que temiam que ele desse um golpe de esquerda, coisa que seus partidários negam até hoje. O ambiente político se radicalizou, porque Jango prometia fazer as chamadas reformas de base na "lei ou na marra", com ajuda de sindicatos e de membros das Forças Armadas. Os militares prometiam entregar logo o poder aos civis, mas o país viveu uma ditadura que durou 21 anos, terminando em 1985.
Na madrugada de 31 de março para 1º de abril de 1964, líderes civis e militares deflagaram o movimento que resultaria no afastamento do presidente João Goulart.
Diversos fatores levaram à deposição, alguns circunstanciais e outros que se arrastavam havia décadas. Resumidamente, dá para dizer que o movimento surgiu para afastar do poder um grupo político, liderado por João Goulart, que, na visão dos revoltosos, levava o Brasil para o "caminho do comunismo".
Um comício organizado por Leonel Brizola e João Goulart, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, serviu como estopim ao radicalizar as posições. Neste comício eram anunciadas as reformas que mudariam o Brasil, tais como um plebiscito pela convocação de uma nova constituinte, reforma agrária e a nacionalização de refinarias estrangeiras.
Com o sucesso da deposição, João Goulart fugiu para o Rio Grande do Sul e, em seguida, para o Uruguai. Desta maneira, o Chefe Maior do Exército, o General Humberto Castelo Branco, tornou-se presidente do Brasil.
Para entender melhor o movimento, é preciso lembrar o clima de radicalismo político que o país vivia. Até as Forças Armadas estavam rachadas, divididas em duas chapas que se enfrentavam nas eleições do Clube Militar desde os anos 50. "De um lado, estavam oficiais nacionalistas; do outro, um grupo que pregava maior aliança com os Estados Unidos, na verdade um recurso para enfrentar a ameaça comunista", diz o historiador João Roberto Martins Filho, da Universidade Federal de São Carlos (SP).
Em 1964, a temperatura política no país havia subido tanto que, meses antes de ser deposto, João Goulart tentou declarar "estado de sítio", medida que ampliaria seus poderes. Muitos militares e líderes conservadores passaram a acreditar que o presidente daria um golpe para instalar uma ditadura de esquerda.
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