Sílvio Pereira era o secretário-geral do PT em 2005, quando veio à tona o escândalo do mensalão, em que parlamentares recebiam dinheiro para apoiar votações de interesse do governo. À época, verificou-se que ele teria recebido uma Land Rover de presente da GDK, uma empreiteira que mantinha contratos com a Petrobras. Apesar de ter sido denunciado pelo Ministério Público no âmbito do mensalão, ele fez um acordo com a Justiça e não chegou a ser levado a julgamento.
Em julho de 2005, em meio à repercussão da descoberta sobre a Land Rover, Sílvio Pereira saiu do PT.
Mesmo oficialmente afastado do PT, no entanto, Sílvio Pereira continuou a manter um relacionamento estreito com a legenda. De acordo com dados da Justiça Eleitoral, em 2008, durante as eleições municipais, a empresa Central de Eventos e Produções Ltda, da qual Pereira aparece como sócio administrador, recebeu R$ 999.509,07 em contratos de locação e publicidade por carros de som diretamente dos cofres do comitê de campanha do PT em São Paulo.
Desse total, a maior parte (R$ 912 mil) referia-se a contratos firmados para a campanha à reeleição da então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, hoje senadora pelo PMDB de São Paulo.
De acordo com os procuradores da Operação Lava Jato, a prestação de serviços feita pela empresa Sílvio Pereira é "aparentemente incompatível com o objeto social da empresa".
A Central de Eventos e Produções Ltda. também é investigada pela Operação Lava Jato por ter recebido recursos de empresas que, segundo os procuradores, têm relação com o esquema de desvio de recursos da Petrobras. Segundo a investigação, a empresa teria recebido pelo menos R$ 400,5 mil de empresas ligadas a pessoas investigadas pela Operação como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
De acordo com os procuradores da Operação Lava Jato, a prisão de Sílvio Pereira nesta sexta-feira está relacionada às suspeitas de que ele seria beneficiado pelo pagamento de propina de empresas investigadas.
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