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Após receber a notificação de seu afastamento do cargo, Dilma Rousseff fez nesta quinta-feira (12) um pronunciamento a jornalistas em que afirmou que pode ter cometido erros, mas não "crimes" e que, por isso, está sendo julgada "injustamente" em um processo que classifica de "golpe".

"Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada injustamente por ter feito tudo o que a lei me autorizava a fazer", disse Dilma. "Sofro agora a dor inominável da injustiça", completou a petista emocionada. "Jamais desistirei de lutar".

"Já sofri a dor invisível da tortura, a dor afetiva da doença e agora sofro mais uma vez a dor igualmente inominável da injustiça. O que mais doí neste momento é a injustiça. É perceber que sou vítima de uma farsa jurídica e politica", disse Dilma. "Posso olhar para mim mesmo e ver a face de alguém, que mesmo marcada pelo tempo, ainda tem força por lutar por seus crença s e direitos", completou.

Acompanhada de ministros, governadores e parlamentares do PT e da base aliada, Dilma disse ainda que a decisão do Senado em suspender seu mandato por até 180 dias trazia "riscos ao país". A presidente agora afastada disse que o impeachment é "fraudulento" e que seu governo foi "alvo de intensa e incessante sabotagem".

A petista repetiu o discurso de que foi eleita por 54 milhões de brasileiros e que a oposição, segundo ela, "inconformada com a derrota", "passou a conspirar" contra o seu mandato "impedindo a recuperação da economia" e para "tomar à força o que não conquistaram nas urnas".

Dilma repetiu que vai "lutar até o fim" para tentar recuperar seu mandato e governar até o último dia de 2018.

Ela fez também um chamado a seus apoiadores e disse que "a luta pela democracia não tem data para terminar". "Nós vamos vencer".

Roteiro
Dilma chegou às 9h48 ao Palácio do Planalto. Pouco depois das 10h, foi notificada sobre seu afastamento do cargo por até 180 dias para que se inicie seu julgamento por crime de responsabilidade.

A previsão é de que Dilma saia do Planalto pela entrada principal do prédio, no térreo, acompanhada por ministros e assessores, e faça uma fala para a militância do PT e de movimentos sociais que estão na Esplanada.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acompanha Dilma nesse "rito de despedida", aconselhou a sucessora a não descer a rampa do Planalto. Segundo ele, o gesto daria uma ideia de "fim de governo" que Dilma não tem que passar.

A presidente afastada trabalhou em seu discurso durante toda a quarta-feira (11). Consultou aliados próximos sobre o tom que deveria ser usado, mas escreveu de próprio punho as palavras de seus último pronunciamento antes de deixar o Palácio do Planalto.



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