Menu
 

Matéria publicada nesta quarta-feira (29) no jornal francês Le Monde, intitulada "Marcelo Odebrecht, a metralhadora brasileira", ocupa uma página inteira com detalhes sobre o escândalo brasileiro.

A reportagem lembra que o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, foi condenado a mais de 19 anos de prisão no escândalo da Petrobras. O periódico fala em seu texto que no dia em que o último recurso de Marcelo Odebrecht foi rejeitado pela Justiça, em abril, o empresário chorou. O ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome compreendeu, então, que o Brasil mudou, analisa o Le Monde.

O jornal relata que aparentemente, após ser condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, ele se dá conta que as táticas que garantem a impunidade dos colarinhos brancos não têm mais espaço no Brasil ou, ao menos não acontecem mais tão facilmente, diz o artigo, que descreve Marcelo Odebrecht como um dos protagonistas do escândalo Lava Jato.

Do fundo de sua cela, diz o diário, as confissões de Marcelo Odebrecht fazem Brasília suar frio. Tanto que as declarações do empresário são descritas pelo ex-presidente José Sarney (PMDB) como uma metralhadora.

O jornal também resgata a história da família Odebrecht, descendentes de prussos da Pomerânia, que chegaram ao Brasil na metade do século XIX. O bisavô de Marcelo, Emilio Odebrecht, funda uma empresa de engenharia no Nordeste, projeto que prospera até o início da Segunda Guerra Mundial. Em 1944, seu filho retoma os negócios e cria o grupo Odebrecht em Salvador.

O Le Monde destaca que sob o governo Lula, a partir de 2003, a Odebrecht dá um salto estratosférico. Entre 2003 e 2014, o faturamento passa de R$ 17,3 bilhões para R$ 107 bilhões, ressalta. Além disso, a empreiteira acompanha Luiz Inácio Lula da Silva em seu exercício de diplomacia econômica durante e após seu segundo mandato, quando o ex-presidente se torna palestrante do Instituto Lula, acrescenta o jornal francês.

Marcelo Odebrecht é acusado no Brasil de ter ido muito longe, muito rápido, ao se encarregar de grandes projetos, tais como a construção da Arena Corinthians para a Copa do Mundo, do porto Mariel, em Cuba, e da residência olímpica para os Jogos do Rio 2016, além de ter repassado mais de R$ 85 milhões a vários partidos e candidatos. Mas, segundo Le Monde, ele teria apenas continuado uma prática de seus antecessores na empreiteira.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Postar um comentário

 
Top