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Segundo petistas, a rotina de Dilma Rousseff, teve os terninhos e casaquetos presidenciais substituídos por roupas de ginástica e vestidos longos, daqueles mais leves e confortáveis. O dia da presidente afastada resume-se em encontros com políticos do PT, broncas em assessores e muita, muita televisão paga.

O que é um contra-senso, visto que enquanto no governo, a "presidenta" defendia taxar pesadamente os chamados serviços de stream, já que na visão burocrata e estatizante do petismo, eles competem com os serviços de telecomunicações regulados pela legislação brasileira já que "ofereceriam serviços supostamente gratuitos em troca de dados do usuário, não gerariam empregos no País".

Desde que foi afastada do cargo de presidente da República, há 73 dias, Dilma foi obrigada a se despir das formalidades de seu antigo gabinete, no terceiro andar do Palácio do Planalto, e transferir seu escritório para a biblioteca do Alvorada, onde recebe diariamente ex-ministros e assessores, como Giles de Azevedo e Jorge Messias, o "Bessias".

Aliados dizem que Dilma continua obcecada pelos detalhes. As broncas e dúvidas minuciosas a cada debate são recorrentes, mas os despachos, garantem, ficaram mais bem humorados e informais.

Quem esteve com a petista recentemente relata que seu objetivo hoje é "apenas defender sua biografia". Ela sabe que sua imagem está desgastada e tem feito contas pessimistas sobre quantos senadores podem rever posição e salvá-la do impeachment.

Parlamentares a visitam semanalmente, mas a micropolítica nunca a interessou.

Os conselhos mais incisivos, que costumava receber do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também têm ficado em segundo plano. Os dois se falam cada vez menos e quase sempre por telefone.

Aliados de Dilma dizem que nenhum dos dois está "muito empenhado" em converter votos contra o impeachment, em sessão marcada para agosto no Senado.

Da última vez que esteve em Brasília, no início do mês, Lula almoçou com a sucessora e participou de um jantar na casa do senador Roberto Requião (PMDB-PR) com apenas seis parlamentares.

Cristovam Buarque (PPS-DF), que se autodefine "indeciso" no julgamento do impeachment, e um dos que pode, na opinião de assessores de Dilma, votar desta vez a favor dela, não compareceu.

Diante do cenário pouco animador, a petista tenta relaxar. Dedica-se mais à leitura e a séries no Netflix, vícios que conseguiu retomar com mais frequência somente ao ser afastada da Presidência. Mantém a rotina de exercícios com pedaladas em torno do Alvorada, mas afrouxou a dieta ravenna, que a fez perder 17kg. Dilma engordou, mas não conta a ninguém quantos quilos.

Da biblioteca, elabora textos e discursos, discute a conjuntura política com aliados e a estratégia de sua defesa no processo de impeachment com José Eduardo Cardozo, seu advogado pessoal.

Ele tem ido praticamente todos os dias ao Alvorada, mas não fica necessariamente o tempo todo com a chefe, que o chama quase que de hora em hora para tirar dúvidas e fazer ponderações sobre as alegações finais. Além dele, Giles e Messias, os principais frequentadores da residência oficial são os ex-ministros petistas Ricardo Berzoini, Jaques Wagner e Carlos Gabas.

Quando está inquieta, deixa a biblioteca e vai procurar os assessores nas salas de reuniões que ficam de frente para o jardim da residência oficial. "Ela procura trabalho, mas não tem muito o que fazer", confidencia um dos visitantes corriqueiros, destilando o veneno peculiar petista.



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