Confirmando-se sua deposição no fim desse mês, perderá o 'escudo' do foro privilegiado e a prerrogativa de não poder ser processada, enquanto presidente. Ela deve 'cair no colo' do juiz Sérgio Moro e virar alvo da Operação Lava Jato, da PF. Sem o foro de presidente, ela descerá à primeira instância do Judiciário, onde já se encontra Lula, seu antecessor e padrinho político. O sonho de muita gente é ver os dois na cadeia.
Em depoimentos prestados a Moro, Santana e Mônica admitiram que os US$ 4,5 milhões depositados por um intermediário de negócios escusos na Petrobras, Zwi Skornicki, em uma conta secreta na Suíça referem-se a serviços prestados à campanha de Dilma em 2010. Dinheiro de “caixa dois”, disseram ambos, antes de reconhecer que mentiram ao afirmar, em interrogatórios realizados em fevereiro, que a verba fora amelhada numa campanha feita em Angola. Falsearam a verdade para não incriminar Dilma.
Prestes a virar um retrato na galeria de ex-presidentes, Dilma foi mencionada também na delação do ex-senador petista Delcídio Amaral. Escorado em informações prestadas por Delcídio, o procurador-geral da República Rodrigo Janot protocolou no STF, no início de maio, um pedido de investigação contra Dilma e personagens como Lula e o ex-ministro petista José Eduardo Cardozo, hoje advogado da presidente afastada no processo do Senado. Eles são suspeitos de tentar sabotar a Lava Jato. Confirmando-se a hipótese da deposição, o processo teria de descer do Supremo para a primeira instância —em Brasília ou Curitiba.
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