O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), já foi acusado várias vezes de participar de esquemas de corrupção no governo federal.
O pai do Edinho foi apontado como padrinho político de José Raimundo Pereira, gerente responsável por compras e vendas milionárias (sem licitação) de produtos derivados de petróleo na Petrobrás.
Pereira é apaniguado de Lobão e Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, preso e indiciado por desvio de dinheiro público, que por sua vez é ligado ao doleiro Alberto Youssef, preso em São Luís acusado de comandar um esquema milionário de corrupção.
A ex-presidente da estatal, Graça Foster, chegou a ameaçar Pereira durante uma reunião, segundo relatou a revista: “Se você pensa que se manterá no cargo só porque foi indicado pelo Lobão, está enganado”.
Entre vários atos de corrupção dos afilhados de Lobão, “Época” cita um contrato de US$ 826 milhões com a Odebrecht (algo como R$ 1,7 bilhão) em troca de uma doação de campanha equivalente a US$ 8 milhões (próximo de R$ 17 milhões).
Após uma série de auditorias, em janeiro de 2013, decorridos pouco mais de dois anos da contratação, a Petrobras anunciou a redução do contrato: de US$ 826 milhões, para US$ 480 milhões.
Desta acusação, o ministro afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que conhece o ex-gerente José Raimundo Pereira. De acordo com a nota, Pereira chegou ao cargo de gerente executivo de Marketing e Comercialização “por decisão da direção da empresa” e “contou com o apoio” dele.
Rombo no dinheiro dos carteiros
A revista “Época” aponta envolvimento de Edison Lobão no esquema de corrupção que quase levou o fundo de pensão dos carteiros, o Postalis, à ruína. As perdas superam a monta de R$ 7 bilhões.
Segundo a revista, Edison Lobão indicou para dirigir o dinheiro da aposentadoria dos carteiros um ex-sócio do filho Márcio Lobão, o engenheiro Alexej Predtechensky, conhecido como Russo. Lobão também indicou o administrador Adílson Costa para o segundo cargo mais importante do Postalis: a diretoria financeira.
Amigo de Lobão, Russo tinha no currículo a quebra da construtora Encol, nos anos 1990. Quando diretor da Encol, fora acusado de irregularidades na gestão. Russo também foi sócio de Márcio Lobão numa concessionária que vendia BMWs. A empresa faliu e o filho de Lobão perdeu a bandeira da montadora alemã.
A gestão de Russo/Adílson no fundo dos carteiros resultou em péssimos números. Dono de um patrimônio de R$ 7 bilhões, o Postalis vem acumulando perdas significativas. Entre 2011 e 2012, o deficit chegou a R$ 985 milhões. Em 2013, o fundo somou R$ 936 milhões negativos e, em 2014, as contas no vermelho somaram mais de R$ 1 bilhão.
Lobão afirmou, por meio de nota, que conhece Russo há anos. Russo diz o mesmo. Mas Lobão, ao contrário de Russo, acrescenta: “A relação é de amizade”. Lobão, contudo, não admite sequer ter indicado Russo ou os atuais diretores do Postalis. “As nomeações no Postalis são feitas por um Conselho que atua vinculado a outro Ministério (o da Previdência)”, diz.
Márcio Lobão, ex-sócio de Russo, diz que se mudou de Brasília para o Rio em 2000 e que, desde então, não mantém contato com ele: “Nunca mais tive qualquer vínculo comercial, social ou empresarial com o senhor Alexej”.
O suplente de senador Edinho Lobão (PMDB) afirma não manter qualquer tipo de relacionamento com o ex-presidente do Postalis, Alexej Predtechensky. “Não converso com esse indivíduo”, diz. “Graças a Deus (não tenho relacionamento comercial com ele). Se tivesse recebido algum valor dele, estaria pensando em me suicidar.”
Aparentemente, a origem da raiva é a antiga sociedade entre Alexej e Márcio, irmão do senador, na concessionária BMW em Brasília. “Meu irmão, muito jovem, perdeu o negócio da vida dele por causa da gestão desse indivíduo. A BMW tomou a concessionária dele.”
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