Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a empresa doou apenas ao PT, por meio da direção nacional da legenda. A Santa Bárbara foi denunciada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) por suposta grilagem de terras públicas. Ela é citada na operação Satiagraha, feita pela Polícia Federal sobre os negócios de Dantas e do grupo Opportunity e suspensa sob ordem judicial. O banqueiro também é investigado nos desdobramentos do mensalão, sob suspeita de irrigar o esquema. Ele sempre negou participação.
Segundo a prestação de contas da direção nacional do PT ao TSE, a Santa Bárbara doou R$ 1,1 milhão, por transferência eletrônica. De acordo com o site do Tribunal, esta é a única doação feita pela empresa desde que foi criada, em março de 2005. Segundo os documentos da Junta Comercial, a Santa Bárbara registra um capital social de R$ 1,197 bilhão.
Entre os diretores da companhia estão a irmã de Daniel Dantas, Verônica Dantas, e o ex-marido dela, Carlos Rodenburg, considerado homem de confiança do banqueiro. A doação foi dividida pelo PT entre seis candidatos. Além de Padilha, o presidente da Câmara de São Paulo e candidato a deputado estadual, José Américo Dias, recebeu R$ 150 mil. Outros quatro candidatos a deputado receberam cotas de R$ 95 mil, entre eles Marcelo Sereno, do Rio, que foi assessor do ex-ministro José Dirceu.
Um dos recebedores do dinheiro, o deputado Assis Miguel do Couto (PT-PR) disse que só soube da doação após divulgação de reportagem e que a considerava de “altíssimo risco”. Com um mandato ligado à agricultura, Couto disse que não conhece a empresa nem seus donos.
— Esse foi um recurso passado pelo PT e eu não sabia quem era o doador. Agora, a lei obriga o partido a informar a origem da doação. Mas eu nem sabia quem era. Não vejo problema em receber dinheiro do agronegócio e doação de cooperativas agrícolas eu recebo de bom grado. Mas, agora (sabendo da empresa), eu acho uma doação de altíssimo risco. Não sei nem o que vou fazer. Vejo um problema sério — disse Couto.
Na internet, a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S.A. é sempre citada em boatos de propriedade da família Lula da Silva. É mesmo muito suspeitas estas doações que agora vêm à tona!
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