O ministro embarcou sozinho para casa na noite de sexta-feira e voltou à capital federal, também em voo privê, na manhã de domingo. O motivo declarado: razões de "segurança" - algo incomum nos registros da Aeronáutica, embora dentro das regras do governo.
Na quinta-feira, Jaques Wagner não chegou a tempo de participar da cerimônia de posse ao lado do ex-presidente Lula, seu substituto na Casa Civil. No evento, receberia um cargo inédito, criado para que ele, também citado na Operação Lava Jato, mantivesse o foro privilegiado depois de ceder lugar a Lula.
A posse foi antecipada pelo Palácio do Planalto, e Wagner estava em Salvador. Com o constrangimento, Dilma justificou na cerimônia que ele teve um contratempo e se atrasou porque "só andava em avião de carreira" e não viajava em jatinhos do Grupo de Transporte Especial da FAB.
A explicação de Dilma também não procede. Wagner já havia viajado em jatinhos da FAB antes, acompanhado de assessores ou sozinho, a serviço do governo. Como ministro da Defesa, por exemplo, ele viajou sem mais ninguém a bordo nas asas da FAB, entre Brasília e Salvador, nos dias 8 e 9 de março do ano passado, segundo dados da Aeronáutica. Menos de um mês depois a farra ficaria mais restrita.
Em abril do ano passado, após revelação que ministros de Dilma costumavam embarcar em aeronaves da Força Aérea sem mais nenhum passageiro a bordo apenas para voltarem para casa - um gasto 44 vezes superior ao custo de um voo comercial. Atualmente na Educação, o ministro Aloizio Mercadante, antecessor de Wagner na Casa Civil, havia feito um voo desses durante as férias.
Depois da veiculação da reportagem, a Presidência da República correu para baixar um decreto e proibiu os ministros de requisitarem os jatinhos com justificativa de retorno a suas "residências". Alguns então, passaram a agendar atividades de trabalho em suas cidades às sextas-feiras.
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