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O ex-ministro das Relações Exteriores do México, Jorge Castañeda, acredita que não há condições para que a presidente Dilma Rousseff siga no cargo mas, ao mesmo tempo, descarta que o Brasil esteja seguindo o caminho da Venezuela, onde a polarização entre grupos pró e contra o governo cria um cenário de convulsão social.

Professor na Universidade de Nova York, autor do A Utopia Desarmada, de 1993, e coautor do livro Lo que Queda de la Izquierda (O que resta da esquerda, em tradução livre), de 2007, ele se define como “pragmático, adversário do populismo e que viu com bons olhos os dois governos de Lula e não da mesma maneira o governo de Dilma”.

"Acho que a sociedade política brasileira, as instituições brasileiras são muito mais sólidas que as venezuelanas. E não acho que se chegará aos níveis de confronto, de violência que temos visto na Venezuela e em alguns outros países. Sem dúvida, a polarização é alta e vai continuar até que ocorra um desfecho em um sentido ou em outro. O Brasil é um país mais maduro que a Venezuela.

Politicamente falando é obvio que cada dia que passa, com essa polarização, com esse acúmulo de problemas políticos, econômicos, fica mais difícil que a presidente (Dilma) Rousseff possa terminar seu mandato. Não são cálculos políticos ou jurídicos. Mas porque ela tem problemas demais. O de Lula, o impeachment, de João Santana, do senador Delcídio (do Amaral), da economia. São muitos problemas. Em qualquer país seria difícil permanecer no poder com tanta pressão."

A entrevista foi dada à BBC Brasil.



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