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Lisandra Paraguassu


Manifestantes a favor e contra o PT, LUla e a presidente Dilma entram em confronto em frente ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde o expresidente depôs no dia 4 de março
Manifestantes a favor e contra o PT, LUla e a presidente Dilma entram em confronto em frente ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde o expresidente depôs no dia 4 de março

O Palácio do Planalto teme um alto grau de violência nas manifestações de domingo e criou um gabinete de crise no Ministério da Justiça para acompanhar os atos, informou à Reuters uma fonte palaciana. A presidente Dilma Rousseff já convocou seus auxiliares mais próximos para uma reunião para o final do domingo.
Na noite de quinta-feira (10), em reunião no Palácio do Alvorada, os ministros mais próximos à presidente - Jaques Wagner, da Casa Civil, José Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União, Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e o chefe de gabinete da Presidência, Gilles Azevedo - fizeram um balanço do quadro atual e avaliaram que são enormes os riscos de haver confronto. "Estão esperando confrontos duros", disse a fonte.
Apesar dos pedidos para que o PT e movimentos sociais evitassem atos neste domingo para não enfrentar a manifestação contrária ao governo, em algumas capitais os atos foram mantidos. É o caso de Brasília, por exemplo, onde o partido marcou um evento para a Torre de TV, na área central da capital, a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios, onde acontecerá a marcha pelo impeachment da presidente.
Os ministros também avaliaram que não tem havido reciprocidade do "outro lado", que continua em um tom muito beligerante. O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito na quinta-feira por promotores de São Paulo, acirrou ainda mais os ânimos, dos dois lados, e minou o esforço que o governo vinha fazendo para evitar os atos de apoio a Lula que estavam sendo marcados também para domingo.
O governo monitora o interesse pelo ato nas redes sociais há 30 dias e a adesão vem crescendo rapidamente. Na última semana, desde a condução coercitiva de Lula para depor em uma das investigações da operação Lava Jato, o interesse se multiplicou. "Acreditamos que deve chegar ao nível da manifestação de abril do ano passado, mas será menor que os protestos de 2013", avaliou uma fonte próxima à presidente.
O governo criou um "gabinete de crise" para monitorar o desenvolvimento das manifestações, que acontecerão em horários diversos em várias cidades brasileiras. Parte dos ministros palacianos passará o final de semana em Brasília.
Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social, e Jaques Wagner, da Casa Civil, viajaram, mas voltam na manhã de domingo para se reunir com a presidência no final da tarde e avaliar os possíveis estragos causados pela manifestação.




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