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Entre agosto e setembro do ano passado, a Arena Corinthians precisava de alguém para trabalhar em sua área financeira. Andrés Sanchez então encaminhou o currículo de uma candidata, Joana Saragoça, sem esconder algo especial sobre ela: é filha de José Dirceu, petista como o ex-presidente alvinegro, amigo dele de longa data e preso na operação Lava Jato, além de ter sido condenado no mensalão.

O material de Joana foi analisado junto com os de mais dois ou três candidatos por Nilton Leão, que era o responsável pelo setor e se desligou recentemente do estádio. Ela também foi entrevistada.
Apesar do empurrão inicial, Andrés não impôs a contratação da filha de Zé Dirceu, mesmo assim ela venceu a concorrência para ganhar cerca de R$ 6 mil mensais. Formada em relações internacionais, a jovem tem como bagagem em instituição financeira um estágio no Banco Safra, segundo seu perfil na rede social Linkedin.

Quase ninguém no estádio sabia de quem a nova gerente financeira da arena é filha, até a coluna Painel FC, da Folha de S.Paulo, noticiar o fato nesta quarta. Ao jornal, Andrés, porém, negou ter indicado Joana.

Apesar do cargo de gerência, Joana não participa das decisões financeiras mais importantes sobre o estádio. A maior parte de seu trabalho é cuidar de pagamentos. Ela ainda não participou de nenhuma reunião com o fundo que administra a casa corintiana, pois não está na linha de frente.

A direção corintiana não tinha interesse de que a informação sobre Joana bater ponto no estádio caísse na boca do povo. Agora que caiu, quem sabia da contratação rasga elogios para a filha de Zé Dirceu. O blog chegou a ouvir que ela é uma das melhores profissionais da arena e que não interessa quem é seu pai, pois seu trabalho é bem feito.

Não é o que pensa a oposição corintiana, que ficou indignada ao saber do babado. Os opositores avaliam que o clube procurou sarna para se coçar ao contratar a filha de um personagem importante do mensalão e da lava jato, mesma operação em que a Polícia Federal suspeita de recebimento de propina por parte de André Luiz Oliveira, vice-presidente corintiano, braço direito de Andrés e que atua como funcionário público no gabinete do deputado federal petista. A suspeita é de que ele tenha recebido R$ 500 mil da construtora da Arena Corinthians. O cartola nega o recebimento.


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