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Em reunião da bancada do PP na Câmara na manhã desta terça-feira (10), os deputados do partido decidiram marcar uma reunião com o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), para tentar convencê-lo, inclusive, de renunciar à presidência da Câmara, cargo que ocupa interinamente desde o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"É uma possível saída negociada com o próprio parlamentar para que se possa encontrar uma forma, inclusive, uma possibilidade até da própria renúncia se for o caso para o partido substituir o parlamentar em uma nova eleição como prevê o regimento da Casa", disse o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB).

A bancada do PP quer expulsar Maranhão por ele ter ido contra a posição do partido de apoiar o impeachment, de maneira "reincidente", segundo Ribeiro. O presidente em exercício, que já tinha votado contra o impeachment após seu partido fechar questão a favor, decidiu anular a sessão de votação - e, consequentemente, o impeachment - na Câmara, na última segunda-feira. Mais tarde, Maranhão recuou e revogou essa decisão. Ribeiro disse que a posição de anular o impeachment foi tomada "sem nenhum tipo de consulta ao partido".

Além disso, a bancada decidiu enviar um pedido à executiva do partido para que trate do processo de expulsão de Maranhão do PP, segundo Ribeiro.

Ribeiro afirma que a tentativa de convencimento é para que a saída de Maranhão seja mais rápida, para o "funcionamento da Casa", já que o processo de expulsão pode demorar. "O processo é um processo mais demorado do ponto de vista prático. O processo de expulsão tem um rito, que passa pelo Conselho de Ética (do partido), é salvaguardado o direito de defesa ao parlamentar", afirmou.

Maranhão não foi à reunião da bancada. Ele chegou ao Congresso por volta das 9h30 e seguiu direto para a sala da vice-presidência, sem falar com a imprensa. Ele passou a manhã toda lá e seguiu para a sala da presidência da Câmara por volta das 13h20.

Além de Maranhão, outros três deputados do PP votaram contra o impeachment de Dilma: Roberto Brito (BA), Macedo (CE) e Ronaldo Carletto (BA).

Está previsto que a executiva do partido se reúna ainda hoje, no final da tarde, segundo o deputado Júlio Lopes (PP-RJ).

Enquanto o PP se reunia, líderes de partidos na Câmara faziam outra reunião, também para tratar de Waldir Maranhão.

Segundo Jovair Arantes (PTB-GO), participaram "mais de dez partidos", mas não chegaram a uma definição nem terminaram a reunião, que deve ser retomada à noite. "Ele (Maranhão) está com a legitimidade absolutamente arranhada", disse. "Os deputados não querem a sua permanência ou não aceitam a sua direção nesse momento, e por essa razão nós temos que achar um ponto de equilíbrio."

Arantes diz que os deputados não podem tirá-lo da presidência, mas que há a discussão para "usar o que o regimento permite". Antes disso, porém, Arantes diz que tentarão o "diálogo" com Maranhão.



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