Em entrevista, presidente afastada declarou que não sabia do esquema de corrupção na Petrobras e voltou a criticar os grampos divulgados pelo juiz federal Sergio Moro
Em entrevista feita em Brasília para a revista francesa semanal L'Express, divulgada nesta quarta-feira, Dilma Rousseff afirmou que Lula será candidato à Presidência em 2018. A informação é, inclusive, uma das chamadas da capa da publicação.
— É a razão principal do golpe de Estado: prevenir que o Lula se apresente à Presidência. Hoje em dia, apesar de todas as tentativas de destruir a sua imagem, Lula continua entre as pessoas mais amadas. Eu posso te dizer que ele vai se apresentar na próxima eleição — disse.
— Não sou o primeiro presidente a agir assim. O Fernando Henrique Cardoso aprovou 23 decretos similares. Na verdade, (a acusação) é apenas um pretexto.
No decorrer da entrevista, Dilma voltou a defender o PT, a falar que não sabia do esquema de corrupção na Petrobras e a criticar os grampos divulgados pelo juiz federal Sergio Moro.
— Não importa o país do mundo, divulgar o registro de uma conversa do chefe de Estado seria um crime.
Dilma ainda citou a queda de três ministros do governo interino por corrupção e que o momento político no Brasil "é grave".
Violência no Rio
As seis páginas seguintes à entrevista com a presidente afastada são dedicadas à violência das favelas cariocas e a preparação do Brasil para a Olimpíada.
Com o título de "As favelas, sangue de cima a baixo", em tradução livre, o texto fala de diversos casos problemáticos como o resgate ao traficante Fat Family no hospital Souza Aguiar, da Rocinha como "longe" de ser exemplar e do desaparecimento do Amarildo, até hoje não explicado.
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