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A "expansão das investigações" da Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras, caminha para um "desfecho", segundo o procurador da República Paulo Roberto Galvão de Carvalho, integrante da força-tarefa da operação no Paraná.

Ele ressalva, contudo, que isso não significa que a Lava Jato esteja "perto do fim".

"A partir de dezembro ou janeiro do ano que vem, teremos uma noção do que pode ser o tamanho do esquema, dos fatos colhidos até agora. Ou seja, uma luz no fim do túnel, as peças do quebra-cabeça", afirmou ele à BBC Brasil em Oxford, na Inglaterra, onde participou do segundo dia de palestras do Brazil Forum UK 2016. Organizado por alunos brasileiros de pós-graduação no Reino Unido, o evento discute a crise brasileira.

"Isso não significa, contudo, que a operação esteja perto do fim", acrescentou. Galvão de Carvalho lembrou que mais da metade das investigações ainda falta "ser processada".

"Mais da metade do que a gente sabe hoje ainda falta ser processada, há processos contra diretores de sete de 16 empresas. Só do cartel, falta mais da metade", afirmou.

"Falta juntar todas as provas e ver o que falta. E assim poder oferecer denúncia", assinalou. Questionado se é possível que as investigações retrocedam a outros governos, ele disse que "há barreiras" e dificilmente seria possível punir crimes cometidos há mais de 14 anos por causa da "prescrição".

A declaração de Galvão de Carvalho ocorre em um momento em que há pressão sobre a Lava Jato. Na sexta-feira, em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que a Lava Jato deve saber a hora de sinalizar que "caminha rumo a uma definição final".

Galvão de Carvalho não quis comentar especificamente a fala do ministro, mas disse considerar "natural" a reação "das classes que estão sendo investigadas".

"Essa reação é natural, e a gente precisa estar preparado para não deixar que isso seja exitoso", disse.

"De um lado, precisamos manter um trabalho jurídico forte para que não sofra influencias negativas nos tribunais. De outro, contar com o apoio da sociedade, que esta mais atenta, de não permitir qualquer obstrução a operação".

Ele lembrou a Operação Mãos Limpas, na Itália, que serviu de inspiração para a brasileira.

"O mais importante de tudo isso é que a sociedade esteja atenta a qualquer iniciativa de barrar a Lava Jato. Na Itália, por exemplo, foram aprovadas várias leis que beneficiaram corruptores", assinalou.

"A Operação Mãos Limpas começou a perder popularidade no terceiro ano de atuação e, coincidentemente, estamos no terceiro da Operação Lava Jato."



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