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A margem apertada de votos que decidiu o afastamento da presidente Dilma Rousseff no Senado e a turbulência que o governo do presidente interino, Michel Temer, enfrenta desde que tomou posse abriram margem para a busca de apoio entre os senadores para a decisão final do impeachment.

O Senado afastou Dilma com 55 votos, e, para sua saída definitiva, são necessários 54. Mas vários senadores já anunciaram que, apesar de terem concordado com a abertura do processo de cassação de Dilma na Casa, podem mudar de opinião à medida que as discussões avançam e que o governo Temer dá sinais de dificuldade, com o afastamento de dois ministros em apenas 18 dias.

Além dos senadores Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), que, mesmo votando pelo afastamento de Dilma, já admitiram a possibilidade de rever suas opiniões, o PT aposta em nomes como Cristovam Buarque (PPS-DF), que chegou a ser ministro da Educação durante o governo Lula e vem criticando a gestão de Temer.

“O julgamento é jurídico, mas tem o conjunto da obra da presidente Dilma que não tem como não levar em conta. Quanto mais o tempo passa, porém, entra também em julgamento o conjunto da obra do governo Temer, que tem tido erros”, disse Buarque, em entrevista ao jornal “O Globo”.

Reação. Para estancar o processo de virada dos senadores, o presidente interino Michel Temer conta com situações como a do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que não compareceu à primeira votação. O filho dele, Helder Barbalho, assumiu o Ministério da Integração Nacional do governo interino após ser ministro de Portos na gestão de Dilma.

Outra aposta de Temer é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que não votou na primeira sessão por estar conduzindo os trabalhos. Como desta vez o Senado será liderado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, ele vem sendo pressionado para assumir uma posição. Porém, Renan vem garantindo que não votará no julgamento final, a fim de manter a imparcialidade como presidente do Senado.

Outros ausentes na primeira votação também estão sendo pressionados pelos dois lados. O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que era ministro de Minas e Energia de Dilma e faltou na sessão que decidiu o afastamento da presidente, disse que ainda não definiu seu voto. O senador Pedro Chaves (PSC-MS), que assumiu após a cassação de Delcídio do Amaral (sem partido-MS), também está em cima do muro.

Habeas corpus contra processo é negado
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a negar um habeas corpus apresentado por um advogado que queria paralisar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Senado. Segundo Marco Aurélio, o habeas corpus é um instrumento jurídico para garantir o direito de ir e vir de alguém diante de eventual ameaça de restrição desse direito.

“Não cabe implementar a retratação, no que ausente o risco de restrição ao direito de locomoção da paciente”, decidiu Marco Aurélio.

O pedido foi feito em 23 de abril, antes da primeira votação no plenário do Senado que determinou o afastamento temporário de Dilma. Em 27 de abril, Marco Aurélio negou o pedido. Em 4 de maio, o advogado Venceslau Peres de Souza pediu que o ministro reconsiderasse sua decisão.



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