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O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes afirmou em entrevista ao jornal britânico "The Guardian" que a Olimpíada é uma "oportunidade perdida".

"Não estamos nos apresentando bem", disse. "Com essa crise econômica e política, com todos esses escândalos, este não é o melhor momento para estar nos olhos do mundo."

O prefeito diz acreditar que há exagero da imprensa ao falar sobre os problemas da capital fluminense. "Se você olhar para a mídia internacional, parece que aqui só tem zika e pessoas atirando umas nas outras."

Segundo o "Guardian", o prefeito defendeu os impactos a longo prazo da Olimpíada. "Nunca houve tanta transformação nesta cidade para as pessoas pobres [do Rio]", disse Paes. "Os Jogos Olímpicos são uma grande inspiração para que as coisas sejam feitas."

Durante a entrevista, Paes comentou ainda os processos de retirada de casas em bairros afetados pelas obras dos Jogos Olímpicos, como na Vila Autódromo. "Ninguém gosta de desapropriações, mas às vezes precisamos fazê-las", afirmou.

POLÊMICAS
As afirmações se somam a outras declarações polêmicas do prefeito nas últimas semanas.

Na terça-feira (5), Paes disse em evento no Engenhão que os visitantes do Rio de Janeiro não devem vir à cidade "esperando Chicago, Nova York ou Londres".

Um dos principais alvos do prefeito tem sido o governo do Estado. Em entrevista à rede americana CNN na semana passada, Paes disse que o governo estadual fez "um trabalho terrível na segurança".

No começo do mês, Paes criticou os secretários do Rio. Perguntado sobre os equipamentos roubados de redes de TV alemãs, ele afirmou que o Estado está "no limite". "Falta o mínimo de comando, não pode virar esse desmando no Rio."

Ele também se eximiu de outras críticas, como a poluição da baía da Guanabara e a preocupação com o zika vírus durante os Jogos, dizendo que "não são temas olímpicos".

OTIMISMO
Ao tratar a Rio-2016 como uma "oportunidade perdida", Paes contradiz o que afirmava ainda este ano. Em entrevista à Folha em janeiro, ele afirmou que a Olimpíada seria uma chance de "mostrar que o país não é só Lava Jato, só roubalheira, só falta de planejamento".

Em junho, defendeu a realização dos Jogos Olímpicos na cidade ao afirmar que a situação financeira do município era confortável.

"A Prefeitura é quem banca a maior parte da Olimpíada. Se fosse para alguém estar quebrado por causa dos Jogos era o município, não o Estado. A crise do Estado não é por causa dos Jogos", declarou.

A preparação para a competição chegou a ser elogiada pela revista inglesa "The Economist" no ano passado. À época, a publicação afirmou que "o bom andamento das obras" e "a austeridade com o orçamento" eram pontos positivos da gestão fluminense.



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