Ele foi ao Sambódromo acompanhado pela esposa e dois filhos. Chegou a levar um cartaz contra o presidente interino Michel Temer e exibi-lo da arquibancada. O Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016 proíbe que torcedores levem cartazes ou faixas de cunho político ou religioso para arenas olímpicas. Sabendo disso, um agente da Força Nacional abordou o torcedor e pediu para que guardasse o cartaz.
Alguns minutos depois, entretanto, um outro torcedor gritou "Fora Temer" na arquibancada – o torcedor retirado ratifica que não gritou. O protesto fez com que quatro membros da Força Nacional voltassem a abordá-lo.
Os agentes queriam que o torcedor fosse acompanhado para fora da arquibancada. O torcedor negou, dizendo que não tinha sido o autor do grito. Outros presentes no Sambódromo avisaram os agentes da Força Nacional. Mesmo assim, os policiais então levantaram o torcedor à força e o retiraram da área de espectadores.
“Meus filhos estavam ali”, disse a esposa. “Todo mundo disse que não tinha sido ele. Não precisavam disso.”
Ainda sem saber o que fazer após a ação, a esposa e os filhos decidiram ficar na arquibancada. O torcedor foi levado para atrás do espaço e teve que entregar o cartaz que havia levado e guardado na mochila.
Agentes da Força Nacional chegaram a iniciar sua condução para fora da arena. Um funcionário do Comitê Rio-2016 avisou aos policiais que ele não poderia ser retirado. Os agentes, então, o liberaram.
Cerca de 20 minutos após a confusão - tempo suficiente para fazê-lo perder a disputa pelo bronze no tiro com arco -, o torcedor voltou ao seu lugar e pôde acompanhar a busca pelo ouro. “No final, deu tudo certo. Mas a abordagem foi completamente desproporcional”, disse a esposa.
A Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos), que coordena o trabalho da Força Nacional na Olimpíada, foi procurada para comentar a abordagem ao torcedor, mas ainda não se pronunciou.
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