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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, denunciado esta semana pela operação Lava Jato, mandou seu apoio ao novo presidente do Movimento dos Países Não-Alinhados, o venezuelano Nicolás Maduro.

O Brasil é membro observador do bloco, mas o governo de Michel Temer não mandou representante de alto escalão à cúpula neste fim de semana, na Ilha de Margarita. O Itamaraty disse que não faria sentido enviar alguém de alto escalão, uma vez que o Brasil não é membro pleno do movimento. Os embaixadores brasileiros na Venezuela e em Quito foram chamados de volta à capital federal para consultas.

Ressaltando a importância do grupo, Lula insistiu na importância do bloco dizendo que "continua sendo necessária a defesa de algumas necessidade básicas dos não-alinhados". "Embora tenhamos conseguido reduzir o índices de miséria, a verdade é que não vencemos a pobreza", disse. "Confio no companheiro Maduro para coordenar e fazer avançar a agenda dos Não-Alinhados, pela ampliação do Conselho de Segurança da ONU, para efetivar as decisões da OMC, reformar e democratizar o sistema financeiro internacional e para continuar combatendo a pobreza no mundo", disse Lula em uma mensagem enviada em um vídeo e difundido na noite de sábado, 17.

O ex-presidente petista também prometeu continuar sua luta política. "Estaremos juntos em todas as frentes para construir em conjunto um mundo melhor e mais justo. Só assim seremos mais fortes", afirmou. "Receba o meu mais caloroso abraço e boa sorte, companheiro Maduro".

Maduro retribuiu a mensagem, qualificando Lula como "líder da América Latina e do mundo". A cúpula contou com delegados de mais de cem países, entre eles os presidentes de Irã, Zimbábue, Cuba, Equador, Bolívia e da Autoridade Palestina.

Diplomatas desses governos indicaram que o evento serviu para coordenar posições antes da Assembleia Geral da ONU, que começa nesta segunda-feira, 18, em Nova York. Quatro líderes, porém, usaram seus discursos para denunciar o que chamam de "golpe de Estado parlamentar" no Brasil. O ataque ao governo Temer foi liderado pela própria Venezuela e seguido pelos presidentes de Equador, Rafael Corrêa, da Bolívia, Evo Morales, e de Cuba, Raúl Castro.

Crise 
O encontro ainda foi usado pelo governo de Maduro para dar alertas à oposição e insistir que, ao assumir a presidência do bloco, seu governo teria respaldo internacional. Segundo ele, a Venezuela enfrenta "uma ofensiva imperialista" e que essa "guerra" estaria sendo conduzida com métodos "não convencionais". A oposição tem feito protestos contra o governo Maduro e defende a realização de um referendo revogatório do mandato do presidente chavista.

"Há uma ofensiva imperialista para tentar reverter os avanços e conquistas da revolução bolivariana", completou. Na ONU, Maduro tem sido acusado de sérias violações aos direitos humanos. Em sua própria cúpula, usou 14 mil soldados para garantir a segurança e evitar protestos.



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