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“O presidente Michel governa como se fosse governar para a eternidade, mas esse projeto ganha mais fôlego se ele for confirmado na Presidência”, disse Eliseu Padinha.

De fato, Temer parece acreditar que seu governo pode durar além de 2018, quando termina o mandato para o qual foi eleito juntamente com a 'ex-presidenta' Dilma. A prova disso, é que em uma nova farra área, Temer pretende adquirir um novo avião presidencial para servi-lo nas viagens internacionais. Seria um tapa na cara dos brasileiros que anseio pelo controle fiscal e corte nos gastos públicos.

Aliás, em sua estréia internacional, o bonde da farofa tomou conta do avião presidencial. O deputado Fabio Ramalho (PMDB-MG), acredite, embarcou hoje no AeroTemer rumo à China com um... leitão assado inteiro. Como se fosse pouco, levou também os acompanhamentos: farofa e torresmo.


De qualquer forma, acreditem, a idéia do AeroTemer não é piada. A Força Aérea Brasileira (FAB) retomou os estudos de viabilidade técnica e financeira para a aquisição da aeronave. O mais provável é que seja adquirido o Air Bus 330 MRTT (Multi Role Tanker Transport) para uso do presidente. O modelo da empresa europeia Eads é avaliado em mais de R$ 800 milhões (valores de 2016) e faz parte da categoria superluxo. Era o sonho de consumo dos exs-presidentes Lula e Dilma, que agora pode ser adquirido pelo sucessor Michel Temer.

O luxuoso avião conta com uma área VIP presidencial com direito a copa, suíte e chuveiro no banheiro, além de um espaço amplo para abrigar a comitiva que acompanha a presidenta. Segundo uma fonte da FAB, a Aeronáutica ainda está na fase inicial do processo de compra e nenhuma proposta foi concluída para ser apresentada ao Palácio do Planalto. Mesmo assim, os planos seguem a todo vapor. Apesar da preferência pelo modelo europeu, a Aeronáutica também pediu orçamento para a Boeing e a Israel Aerospace Industries (IAI).

A aquisição do AeroTemer, no entanto, tem entraves políticos. Desde que assumiu o comando do País, o presidente anunciou uma sequência de cortes de gastos. O Planalto precisaria contar com créditos extraordinários aprovados pelo próprio Congresso para bancar a despesa. O assunto, por enquanto permanece somente nos sonhos megalômicos do Palácio do Planalto.

Se o gasto exorbitante de um avião presidencial superluxo pode, por um lado, arruinar as precárias relações do presidente recém-empossado com a opinião pública, por outro, militares, políticos e governo não têm dúvidas sobre a necessidade de modernizar e substituir a frota da Força Aérea Brasileira. Há atualmente quatro Boeings 707 em operação que foram apelidados de sucatões e fazem reabastecimento aéreo e transporte logístico. Como são da década de 60, esses aviões gastam muito com manutenção por conta de constantes problemas técnicos. Há na FAB o entendimento também de que é necessário adquirir reabastecedores de longo alcance e novos cargueiros.

A nova aeronave presidencial substituiria o atual Aerolula, um modelo Airbus-319, comprado em 2005 por pouco mais de R$ 56 milhões. A americana Boeing também apresentou uma proposta que está em análise pela FAB. Seria um modelo 767 adaptado para a categoria luxuosa e com alcance muito superior aos 8.200 quilômetros de capacidade do Aerolula, que só faz viagens internacionais acompanhado por um dos dois jatos Embraer 190, adquiridos em 2009. Os jatos servem para dar mais segurança aos passageiros em caso de problemas técnicos no avião presidencial.

Com autonomia de até oito horas de voo sem escalas, esses jatos não conseguem fazer viagens internacionais e levam o presidente a bordo apenas em deslocamentos dentro do Brasil. “Há a necessidade real de adquirir novas aeronaves. Até agora houve apenas o início de um longo processo para troca de parte da frota. Há preferência por alguns modelos, mas a discussão está longe do fim”, resume um experiente militar da Aeronáutica.



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