A FAB retoma estudos para a compra de um luxuoso avião para uso da Presidência da República. O modelo em avaliação custa R$ mais de 800 milhões!
Izabelle TorresUPGRADE
Maior e mais confortável, o A330
A aquisição do Aerodilma, no entanto, tem entraves políticos. Desde que assumiu o comando do País, a presidenta anunciou uma sequência de cortes de gastos e comprou brigas sérias com a base aliada pelo arrocho das contas públicas. Chegou até a perder votações no Congresso em retaliação dos políticos ao contingenciamento de emendas parlamentares. Por isso, o consenso é de que agora o cenário é pouco favorável para uma compra envolvendo quase um bilhão de reais justamente para a aquisição de uma aeronave presidencial. Além disso, o Planalto precisaria contar com créditos extraordinários aprovados pelo próprio Congresso para bancar a despesa. Por isso, o assunto ainda não chegou ao gabinete da própria Dilma. O que deve acontecer somente depois que a FAB analisar todos os modelos disponíveis e seus orçamentos.
o A330 substituirá o Aerolula (acima)
Se o gasto exorbitante de um avião presidencial superluxo pode, por um lado, arruinar as relações da presidenta com a opinião pública, por outro, militares, políticos e governo não têm dúvidas sobre a necessidade de modernizar e substituir a frota da Força Aérea Brasileira. Há atualmente quatro Boeings 707 em operação que foram apelidados de sucatões e fazem reabastecimento aéreo e transporte logístico. Como são da década de 60, esses aviões gastam muito com manutenção por conta de constantes problemas técnicos. Há na FAB o entendimento também de que é necessário adquirir reabastecedores de longo alcance e novos cargueiros.
A nova aeronave presidencial substituiria o atual Aerolula, um modelo Airbus-319, comprado em 2005 por pouco mais de R$ 56 milhões. A americana Boeing também apresentou uma proposta que está em análise pela FAB. Seria um modelo 767 adaptado para a categoria luxuosa e com alcance muito superior aos 8.200 quilômetros de capacidade do Aerolula, que só faz viagens internacionais acompanhado por um dos dois jatos Embraer 190, adquiridos em 2009. Os jatos servem para dar mais segurança aos passageiros em caso de problemas técnicos no avião presidencial. Com autonomia de até oito horas de voo sem escalas, esses jatos não conseguem fazer viagens internacionais e levam a presidenta a bordo apenas em deslocamentos dentro do Brasil. “Há a necessidade real de adquirir novas aeronaves. Até agora houve apenas o início de um longo processo para troca de parte da frota. Há preferência por alguns modelos, mas a discussão está longe do fim”, resume um experiente militar da Aeronáutica.
* cotação de 2012. |
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