Senador afirma que gravações não tem "nenhuma bala de prata" comprometedora
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem demonstrado calma diante da publicação de conversas suas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, dentre as quais a que chama o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "mau caráter".
Interlocutores afirmam que Renan está calmo e que até agora não tem "nenhuma bala de prata" que o comprometa. Isso porque o presidente do Senado argumenta que tem há muitas opiniões em outras conversas vazadas "sobre isso e aquilo". Ainda segundo Renan, "ninguém pode ser processado por ter opinião" e que parlamentares tem a imunidade "exatamente pra ter opinião".
Renan afirma que é preciso que o presidente do conselho, senador João Alberto Souza (PMDB-MA) peça diligências para não parecer que a investigação estivesse parada. Ele sugere que Delcídio faça uma carta mostrando humildade e que já pagou o preço pelo que fez.
Renan também ataca o procurador-geral da República, Rodrigo Janot: "Mau caráter! Mau caráter! E faz tudo que essa força-tarefa quer."
A assessoria do senador Renan Calheiros divulgou nota sobre a gravação:
O Senador Renan Calheiros reitera que não tomou nenhuma iniciativa ou fez gestões para dificultar ou obstruir as investigações da operação Lava Jato, até porque elas são intocáveis e, por essa razão, não adianta o desespero de nenhum delator.
Quanto ao caso do ex-senador Delcídio do Amaral, o senador lembra que acelerou o processo de cassação no plenário às vésperas da votação do impeachment. O desfecho do processo de cassação é conhecido, foi público e a agilização do processo foi destaque em vários jornais. Na fase do Conselho de Ética opinou com um amigo do ex-senador, mas disse que o processo não podia ficar parado, como não ficou.
O Senador não pode se responsabilizar por considerações de terceiros sobre pessoas, autoridades ou o quadro político nacional.
Reafirma ainda que suas opiniões sobre aprimoramentos de legislação foram e continuarão públicas. Não apenas ao tema mencionado nos diálogos, mas também na defesa de que a pena para delações não confirmadas sejam agravadas.
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