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Policiais civis e delegados do Rio de Janeiro começaram uma paralisação na manhã desta segunda-feira (27) em protesto contra o atraso nos salários e as péssimas condições de trabalho. Os servidores fizeram uma passeata no Centro, em direção à Alerj.

Um grupo de policiais também fez um ato no Aeroporto Tom Jobim, na Ilha do Governador, onde estenderam uma faixa com alerta, em inglês, aos turistas. "Bem-vindos ao inferno. Policiais e bombeiros não são pagos. Qualquer pessoa que vier para o Rio não estará segura."

O Estado do Rio atravessa uma grave crise financeira. O governo deve R$ 468 milhões aos funcionários estaduais.

A Polícia Civil está sem água, sem papel higiênico e sem tinta para impressão de boletins de ocorrência nas delegacias. Na 9ª DP (Catete), moradores da região doaram papel higiênico para ajudar policiais. A unidade já havia sido fechada pela Vigilância Sanitária por falta de condições de trabalho. Em diversas unidades, a falta de recursos também impede a impressão de boletins de ocorrência e de outros documentos administrativos, assim como faltam toner de tinta para impressora e papel. Em outras, até o fornecimento de água foi cortado.

Segundo o presidente da Coligação de Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Colpol-RJ), Fábio Neira, uma paralisação da categoria durante a Olimpíada não está descartada.

"A paciência acabou Agora a questão é de subsistência. Estamos em um colapso. Vamos, gradativamente, aumentando o movimento. Não queremos radicalizar, mas o governo está nos levando a isso. A base está muito insatisfeita e sem perspectiva. Uma paralisação total não pode ser descartada”, disse Neira sobre a possibilidade de greve da categoria durante os Jogos Olímpicos.

Centenas de policiais se reuniram nesta segunda-feira em frente à Chefia de Polícia, na Lapa, e depois seguiram em passeata pelas ruas do centro, com faixas e cartazes de protesto, até a Alerj.

“Queremos a volta da integralidade dos salários; que o pagamento volte para o segundo dia útil; condições dignas nas delegacias; o fim da cota de combustível e que os terceirizados voltem a trabalhar”, disse Neira.

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro, em comunicado oficial, disse: "O consenso é que a principal reivindicação neste momento de crise é receber o pagamento integral e no início do mês, como era antes do decreto do governo estadual que mudou a data".

Em carta aberta distribuída à população(ao lado), o sindicato os policias explica os motivos da paralisação e o que reivindicam.



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27 Jun 2016

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