Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária por 30 dias podendo ser prorrogados por mais 30, em 10 estados do país, incluindo São Paulo. O líder do grupo está preso no Paraná.
"Eles só começaram atos preparatórios, não seria de bom senso aguardar para ver. O melhor seria decretar a prisão", afirmou.
Atentados pré-Olimpíada
A operação, com nome "Hashtag" monitorou os suspeitos pela internet, via Whatsapp e Telegram. Segundo o ministro, caso um atentado acontecesse, ele seria feito com tiros e não com bomba.
“Eles citam como atirar com AK-47. Eles não aprofundam a questão de execução, mas obviamente seria tiro [um possível atentado]. Em nenhum momento, até pelo o que foi apurado, eles falam em bomba. A questão é com armas”.
Segundo o ministro, não houve trocas de mensagem com pessoas ligadas ao Estado Islâmico. "O grupo não se conhecia e agia de forma amadora", acrescenta Moraes.
"É uma célula amadora, sem nenhum preparo, falando 'vamos treinar'. Nenhuma célula organizada ia procurar comprar arma pela internet. É uma célula desorganizada. Por isso que insisto e reitero a questão de segurança nacional é muito mais importante do que terrorismo, gera mais preocupação que o terrorismo. Não podemos ignorar, verificando que cada um individualmente, em grupo, levaria a crer que jamais realizaria ato competente de terrorismo", justificou.
Compra de armas pela Internet
Interceptações feitas pela Polícia Federal teriam descoberto que esses indivíduos presos receberam ordens para treinar luta e manuseio de armas. As armas para um ato terrorista seriam adquiridas no Paraguai. Não havia contato pessoal entre os brasileiros e membros do EI.
“Um deles entrou em contato com site de armas clandestinas no Paraguai para [adquirir] uma AK-47. Mostra um ato preparatório, não há informação que tenha conseguido”, informou Moraes. E acrescentou: “Não saíram do país para contato pessoal, mas a partir desse juramento do Estado Islâmico, atos preparatórios começaram a ser realizados, como treinamentos para artes marciais, treinos para munição, para que eles pudessem realizar atos específicos”.
A ação da PF ocorre dias após o serviço internacional de inteligência Site, especializado no combate ao terrorismo, informar que um suposto grupo militante intitulado Ansar al-Khilafah Brazil declarou apoio ao movimento jihadista Estado Islâmico em publicação em um aplicativo de mensagens e promoveu propaganda jihadistas em inglês e português.
Um jihadista apoiador do Estado Islâmico denominado Ismail Abdul Jabbar al-Brazili enviou mensagens em português pelo serviço Telegram repetindo discurso de um porta-voz oficial do grupo militante, além de outras mensagens. A revista Época revelou que o roteiro dos terroristas envolvidos nos atentados é semelhante ao dos casos em Orlando, nos Estados Unidos, e Paris, na França. Eles foram recrutados pela internet e juraram lealdade ao Estado Islâmico.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já havia confirmado no mês passado que equipes de inteligência que atuam próximas ao plano de segurança dos Jogos do Rio tinham detectado a abertura de uma conta em português no Telegram para a troca de informações sobre o Estado Islâmico, mas as autoridades vinham garantindo que não havia sido detectada qualquer ameaça de ataque ao país.
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