Por isso, os senadores defendem, cada vez mais, o discurso de novas eleições, em vez do simples retorno da presidente afastada. Essa avaliação vem por diversas formas. A primeira é que o PT e os movimentos sociais não conseguiram incendiar o país após o afastamento de Dilma do poder. Na quarta-feira, ela apresenta sua defesa na comissão do impeachment no Senado.
ARROGANTE Outro incômodo é a postura, considerada arrogante por muitos, de Dilma. Daqui a nove dias, em 12 de julho, ela completará dois meses fora do Palácio do Planalto. Nestes quase 60 dias, em nenhum momento, foi capaz de fazer uma autocrítica sobre os erros cometidos, tanto na política quanto na economia. Sequer conseguiu apresentar uma plataforma mínima de sugestões para tirar o país da crise, caso volte ao poder após a votação do impeachment no Senado, prevista para o fim de agosto.
Os aliados de Dilma admitem que há a dificuldade de ela sequer manter os 22 votos que conseguiu na primeira votação, que aprovou a admissibilidade do processo de impeachment. Eles reclamam que a pressão do Planalto está muito intensa, com a sinalização de cargos, emendas, e apoio nas eleições municipais, como é o caso de Romário (PSB-RJ), que disputará a prefeitura do Rio em outubro e ainda conseguiu emplacar Rosinha da Adefal na Secretaria Nacional das Pessoas com Deficiência Física.
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