Calheiros pediu a palavra após Lewandowski, que conduz o julgamento, ter interrompido a sessão por alguns minutos por causa de outro bate-boca, desta vez entre os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ). A discussão começou após Farias chamar Caiado de "desqualificado".
"Isso não pode acontecer, como a senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente, senhor presidente [Lewandowski], uma senadora que há trinta dias o presidente do Senado Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e do seu esposo", disse Calheiros. "Isso não pode acontecer isso é um espetáculo triste que vocês estão dando ao país."
Em seguida, a senadora disse que a afirmação de Calheiros era uma "mentira" e teve início um novo bate-boca. Por causa da discussão, Lewandowski antecipou o intervalo para o almoço e interrompeu a sessão.
O ex-ministro Paulo Bernardo foi preso em junho acusado de corrupção durante operação da Polícia Federal. Seis dias depois, o ministro do STF Dias Toffoli acolheu reclamação da defesa e mandou soltá-lo. Paulo Bernardo e mais 12 viram réus em agosto.
A assessoria de imprensa do STF disse que o Tribunal não comentará a declaração de Calheiros, e que é ele quem deve explicá-la. Disse, ainda, que "todas as decisões dos ministros do STF são baseadas em critérios técnicos".
A fala do presidente do Senado gerou indignação dos parlamentares presentes. A discussão começou antes mesmo que a primeira testemunha do dia fosse ouvida, enquanto senadores pediam questões de ordem.
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