Ministério das Relações Exteriores advertiu ministro Milton Rondó Filho por envio de mensagens sem autorização. Oposição quer explicações.
Uma delas, de movimentos sindicais, sociais e populares do Brasil, denunciava o que chamam de um “processo reacionário que está em curso no país contra o estado democrático de direito”.
A outra, da Abong, organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns, afirma: “Não ao golpe! Nossa luta continua”.
O Itamaraty confirmou, por telefone, que as mensagens foram enviadas pela secretaria de Estado de Relações Exteriores, pelo ministro Milton Rondó Filho, responsável pela área de combate à fome do ministério. Telegramas alertavam para o risco de um golpe político no Brasil.
O ministro pedia, ainda, que cada embaixada ou representação indicasse um diplomata para conversar com organizações da sociedade civil dos postos no exterior. Na mesma sexta-feira, o Itamaraty mandou cancelar tudo, que os telegramas fossem ignorados. Mas eles já tinham sido enviados.
No Congresso, a oposição quer chamar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para dar explicações.
“Um verdadeiro desserviço do Itamaraty, denegrindo a imagem do Brasil no mundo inteiro, quando manda uma circular pedindo que convoquem elementos da sociedade civil, dizendo que há um golpe em andamento, um golpe político e parlamentar no Brasil”, afirma o senador Tasso Jereissati do PSDB-CE. Governistas disseram que o caso já está resolvido.
“Tão logo tomou conhecimento de que tinha essa manifestação de um funcionário, o Itamaraty soltou uma manifestação oficial pra todas as embaixadas, assinada pelo secretário-geral, desfazendo qualquer proposta nesse sentindo e reafirmando a posição do Itamaraty oficial, que é de não tratar esse assunto, muito menos da maneira como foi feita”, destaca o senador Jorge Viana do PT-AC.
O Itamaraty informou que o ministro Milton Rondó mandou os telegramas sem pedir autorização, foi advertido e não poderá mais emitir qualquer circular ou telegrama sem autorização superior.
Lamentável que doutrinação política, já contamine inclusive o tradicional Instituto Rio Branco, reconhecido pela excelência na formação do corpo diplomático brasileiro.
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