Segundo relatos, Dilma estava “serena”, mas demonstrou preocupação com a situação do país. A presidente afastada comentou estar apreensiva com a possibilidade de “radicalizações” dos grupos opostos no processo político que se manifestam nas ruas.
Dilma e Renan concordaram na crítica ao fato de Temer ter acabado com o Ministério da Cultura, que passou a integrar o Ministério da Educação como uma secretaria. Ambos disseram que a medida deveria ser revista pelo governo. Para Dilma, o governo Temer teria trazido uma série de problemas “que não existiam”. A presidente afastada citou também a nova proposta de mudança na meta fiscal para fazer frente ao rombo superior aos R$ 96,6 bilhões que havia previsto.
Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) também participou do encontro.
— Achei um gesto republicano e elogiável o Renan ir ao encontro da presidente Dilma, assumir a postura de presidente do Senado, mesmo tendo lado, porque ele é do PMDB — afirmou.
Na conversa, Renan e Jorge Viana comeram sanduíches e ouviram de Dilma que ela quer ainda convidar os 22 senadores que votaram contra a confirmação da abertura do processo de impeachment no Senado para agradecê-los. Esta semana, a presidente afastada já recebeu alguns deles.
A chegada ao Palácio da Alvorada causou irritação nos senadores. Antes da cancela que dá acesso ao Palácio do Jaburu, onde vive Michel Temer, o carro oficial com a placa da presidência do Senado foi parado e os senadores tiveram que se identificar. Somente depois disto Renan e Jorge Viana puderam prosseguir até o Palácio da Alvorada, que fica a poucos metros do Jaburu.
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