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A defesa do marqueteiro João Santana, preso desde 23 de fevereiro pela Lava Jato, usou decisões de cinco ministros do Supremo à época do mensalão para afirmar que ele não cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Em defesa protocolada nesta segunda (16), o advogado Fabio Tofic diz que as acusações contra seu cliente são marcadas por "erros, excessos e injustiças".

Santana dirigiu o marketing na reeleição de Lula (2006) e nas duas vitórias de Dilma Rousseff (2010 e 2014).

Ele é acusado de ter recebido US$ 7,5 milhões na Suíça, de recursos desviados da Petrobras.
O advogado do marqueteiro recorreu a votos de cinco ministros do Supremo no mensalão para atacar as acusações: Joaquim Barbosa, que se aposentou, Ricardo Lewandowsky, Carmen Lúcia, Rosa Weber e Teori Zavascki.

Segundo a defesa, há dois erros essenciais na denúncia:

  1. o marqueteiro não pode ser acusado de corrupção porque não sabia da origem ilícita dos recursos; e 
  2.  não há lavagem porque os serviços foram prestados ao PT.

No mensalão, o marqueteiro Duda Mendonça foi inocentado de ter recebido R$ 11,5 milhões do PT no exterior com esses argumentos.

De Barbosa, o advogado do marqueteiro cita a seguinte decisão: "Os valores recebidos por eles constituíram contraprestação financeira por serviços prestados. Daí porque se impõe a absolvição de Duda Mendonça e Zilmar Fernandes [sócia de Duda] quanto às cinco operações de lavagem de dinheiro".

Para atacar a acusação de corrupção, que só seria válida se Santana soubesse da origem ilegal dos recursos, Tofic usa uma decisão de Rosa Weber:

"Não há qualquer prova de que a origem específica lhes teria sido revelada e não vislumbro motivo para que aos agentes das empresas de Marcos Valério e do PT revelassem esse fato".

Tofic defende que o caso de Santana é idêntico ao de Duda Mendonça. É um crime fiscal, mas não há corrupção ou lavagem de dinheiro.

A acusação de corrupção, ainda de acordo com Tofic, exigiria a presença de um funcionário público, o que não ocorreu com o marqueteiro do PT, que tinha contatos com o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de ordenar os repasses.

O advogado de Santana afirma que a Polícia Federal aumentou o papel de Santana na história da Operação Lava Jato.

"O roteiro precisou ser adaptado para abranger os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa. Aí, sim, a acusação causaria o frenesi desejado".

Isso foi feito por meio de manipulação, de acordo com o advogado:

"O 'marqueteiro do PT', 'o homem responsável pelas mentiras da campanha', 'o Goebbels brasileiro', 'o maior responsável pela eleição da pior presidente da história'. O personagem era bom demais para encenar papel tão irrelevante na trama chamada petrolão. Se o roteiro não o contemplava originalmente, era preciso alterar o roteiro", declara o advogado.



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