"Convoquei exercícios militares nacionais das Forças Armadas, no próximo sábado, para nos prepararmos para qualquer cenário porque esta terra é sagrada e devemos fazer com que seja respeitada", disse o chefe de Estado em comício com milhares de apoiadores no centro de Caracas.
Maduro considerou importante que se aumente "a consciência" dos venezuelanos porque, segundo ele, o plano contra seu governo "é perturbar a paz", gerar violência no país "para justificar uma intervenção estrangeira na Venezuela".
"Para alguns, isso soará extremista, mas eu não diria que é extremista", acrescentou.
O líder venezuelano voltou a denunciar Uribe por supostos planos do político colombiano de promover uma "conspiração contra a Venezuela". Maduro afirmou que Uribe participou de uma reunião em Washington na qual supostamente pediu a intervenção no país.
"Isto é uma das coisas mais graves que jamais uma autoridade, um ex-presidente da Colômbia ou da América, tenha dito contra a Venezuela. Pediu uma intervenção armada de um exército estrangeiro nesta terra sagrada", denunciou.
Maduro pediu às autoridades venezuelanas que ativem as ações legais pertinentes contra Uribe, a quem classificou como "um paramilitar, assassino".
"O que Uribe fez constitui um crime internacional. Peço ao Ministério Público, ao Poder Judiciário, que ativemos todas as ações nacionais e internacionais para processar Álvaro Uribe", disse.
Também esta semana, Maduro chamou o embaixador da Venezuela no Brasil de volta a Caracas. O governo Venezuelano tratou o impeachment como "golpe", reverberando o argumento petista já conhecido. Delcy Rodríguez, ministra das Relações Exteriores da Venezuela, conclamou a população de Caracas a comparecer à Praça Bolívar, para uma manifestação em solidariedade à presidente afastada. Em outra ocasião recente o venezuelano já fez discurso inflamado ameaçando defender a petista com armas se preciso fosse. Aviões supersônicos venezuelanos ja fizeram rasantes na fronteira do país numa clara intimidação.
A Venezuela passa por uma grave crise econômica e política. Maduro tem usado os "inimigos externos" para aglutinar forças em torno de seu governo ameaçado por uma oposição crescente e grande insatisfação popular. Milhares de opositores já foram presos e condenados. mesmo com um congresso majoritariamente de oposição, Maduro domina a Suprema Corte do país, o que lhe permite governar como um ditador.
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