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A Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês) comunicou nesta sexta-feira (24) que o laboratório encarregado de processar análises nos Jogos do Rio-2016 está suspenso provisoriamente por seis meses, ou seja, até dezembro.

Ele era o único laboratório do país com a certificação da agência mundial. Os Jogos Olímpicos ocorrerão entre 5 e 21 de agosto. Os Paraolímpicos serão realizados entre 7 e 18 de setembro.

Chamado de LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), a instalação fica no Rio, dentro de um prédio da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e teve custo de R$ 188 milhões, bancados pelo governo federal.

De acordo com a Wada, o problema foi uma não conformidade com o padrão internacional de laboratórios. Houve erros técnicos em procedimentos vistoriados pela Wada. A suspensão está em vigor desde a quarta-feira (22), quando ocorreu a notificação.

Por ora, o LBCD não pode fazer exames antidoping de sangue e urina. As autoridades brasileiras têm direito de recorrer à CAS (Corte Arbitral do Esporte) em um período de até 21 dias após a notificação.

Caso a determinação da Wada não seja revertida, os cerca de 6.000 exames previstos para serem colhidos na Olimpíada terão de ser realizados em outro país.

"Neste tempo, a Wada vai trabalhar junto com o laboratório do Rio para resolver esse problema identificado", disse Olivier Niggli, diretor da Wada.

Testes que seriam processados no LBCD serão encaminhados a algum outro laboratório certificado pela agência mundial.

"Os atletas podem ficar confiantes de que a suspensão só será revogada pela Wada quando o laboratório estiver operando com eficácia", complementou Niggli.

Um comitê disciplinar será formado em caráter de urgência para revisar o caso e divulgar uma recomendação sobre a situação do laboratório carioca.

O LBCD, anteriormente mais conhecido como Ladetec, perdeu sua credencial da Wada em 2013, por problemas de equipamentos —a instalação possuía aval da agência mundial desde 2002. A certificação só foi obtida novamente em maio de 2015, depois de um processo que contou com diversas avaliações da Wada.

DINHEIRO PÚBLICO
O governo federal investiu R$ 188 milhões na ampliação e reforma do LBCD. Do total, o Ministério do Esporte bancou R$ 160 milhões e o Ministério da Educação, R$ 28 milhões. Os desembolsos cobriram a construção de um novo prédio para instalá-lo e a compra de equipamentos.

Pelo fato de o LBCD não estar credenciado durante a Copa do Mundo da Fifa, em 2014, os exames antidoping da competição foram encaminhados para análise em Lausanne, na Suíça.

Em nota, a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) afirmou que "reitera a importância do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem para a realização dos testes antidopagem durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, e como legado técnico-científico na luta contra a dopagem no esporte".

A entidade também disse confiar no trabalho desempenhado pelo laboratório. "[Temos] a forte expectativa de que a instituição tomará todas as providências necessárias para que a suspensão provisória imposta preventivamente pela Agência Mundial Antidopagem seja revista o mais breve possível."

O diretor-executivo de comunicação da Rio-2016, Mario Andrada, afirmou que o comitê organizador foi avisado da perda da certificação nesta quinta (23). "O nosso compromisso com Jogos Olímpicos limpos não muda. Trabalhamos com tolerância zero [ao doping]. Agora, aguardamos instrução da Wada para saber como o controle de dopagem será feito", disse.

A UFRJ também se manifestou em comunicado. "O LBCD reforça sua excelência, bem como sua capacidade técnica e ética para a realização das análises. O laboratório prevê que suas operações poderão voltar ao normal em julho, após a visita técnica do comitê da Wada."



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