Dilma responderá por escrito a questões formuladas pela força tarefa da Lava Jato, que podem contar com contribuições da defesa de Odebrecht e devem ser chanceladas pelo juiz Sergio Moro, que comanda o andamento da operação em Curitiba.
O empreiteiro e outros executivos da empresa negociam desde março um acordo de delação premiada com a Justiça do Paraná. Na tentativa de obter benefícios, o ex-presidente da Odebrecht relatou ter conversado reservadamente com Dilma sobre o pagamento de R$ 12 milhões para o caixa dois campanha da petista em 2014. O dinheiro seria usado para pagar o marqueteiro João Santana.
Além disso, Odebrecht afirmou aos investigadores que teve uma reunião com Dilma no México, em maio do ano passado, na qual teria alertado sobre o risco de a Lava Jato descobrir pagamentos ilícitos que a empreiteira havia feito a Santana no exterior.
A presidente afastada deve confirmar que esteve com Marcelo Odebrecht na Cidade do México naquela ocasião, mas vai negar o conteúdo da conversa descrita pelo empreiteiro. Até aqui, a assessoria da petista tem dito que "todos os pagamentos pelos serviços prestados da campanha de reeleição, inclusive a João Santana, foram feitos dentro da lei e declarados à Justiça Eleitoral".
Odebrecht arrolou 12 testemunhas para municiar sua defesa nesta ação. Além de Dilma, os ex-ministros Guido Mantega (Fazenda) e Edinho Silva (Comunicação Social) estão entre os nomes listados pelo empreiteiro baiano.
Moro, porém, até agora só enviou ofício convocando a presidente afastada a se manifestar sobre o assunto.
Procurado pela reportagem, o advogado de Mantega, José Roberto Batochio, disse que, se convocado, seu cliente irá pessoalmente prestar informações à Justiça. Silva, por sua vez, afirmou que só vai se posicionar quando for oficiado por Moro.
O ex-presidente da Odebrecht foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão em primeira instância e recorre da decisão.
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