"A recessão profunda deve continuar em 2016 e 2017 com um cenário de alta incerteza política e de revelações correntes de corrupção que minam a confiança dos consumidores e investidores, o que leva à contração contínua da demanda doméstica", informa o relatório, que completa: "Com a contração econômica, o desemprego deve continuar a aumentar". Por outro lado, a entidade diz que a inflação tende a retornar "gradualmente" para o centro da meta, em razão da redução do efeito do aumento dos preços administrados e da depreciação da moeda.
A entidade adverte ainda que as "profundas divisões políticas reduziram as chances de qualquer impulso notável sobre reformas políticas em curto prazo", enquanto "a dívida pública bruta continua a subir". "A melhoria da confiança dependerá da habilidade das autoridades para implementar um ajuste fiscal significativo, que inclua passos para assegurar a sustentabilidade do sistema previdenciário e uma nova onda de reformas estruturais". A OCDE, porém, não crê em estabilidade no curto prazo. "A situação política vai continuar altamente incerta no período projetado e os níveis de confiança vão continuar sujeitos a ela."
O documento sobre o Brasil foi divulgado em meio a um relatório sobre a economia mundial que apresenta uma retomada, ainda que moderada. A perspectiva da organização é de crescimento global médio de 3,3% em 2017. Nos Estados Unidos, a projeção é de crescimento de 1,9% neste ano e de 2,1% no próximo, enquanto a zona do euro registrará 1,7% e 1,8%, respectivamente. No Japão a situação permanece instável, oscilando de 1,5% neste ano para -0,3% no próximo.
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