De acordo com o ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, a comissão está "aniquilando o direito de defesa" de Dilma Rousseff.
"Os delatores omitem, mentem e dizem a verdade. Há que se separar o joio do trigo", afirmou Cardozo. Sobre a relação da Dilma com o cabeleireiro Celso Nakamura, Cardozo afirmou que a presidente afastada tem todos os recibos das passagens e dos serviços prestados por ela. "É uma denúncia inverossímel e caluniosa", afirmou.
Recursos
O primeiro recurso, que será protocolado no STF ainda hoje, trata da redução do prazo para as alegações finais proposto pelo relator da comissão, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Inicialmente, o prazo para apresentação das alegações finais era de 15 dia e passou para cinco. "Inaceitável que a defesa seja manietada dessa maneira", disse Cardozo.
"Não precisa comer prazo, votar em globo. Ninguém está procrastinando nada. Podemos, tranquilamente, terminar o processo em setembro, mas eles querem acelerar o processo", criticou Cardozo.
O segundo recurso questionará o prazo que foi dado pelo relator da comissão para que a defesa se manifeste sobre os requerimentos apresentados pelos senadores. De acordo com Cardozo, foram apresentados mais de 80 requerimentos, e a defesa teve 10 minutos para falar sobre todos. "Não sou bom de matemática, mas creio que teríamos cerca de 7 segundos para falar sobre cada um dos requerimentos", ironizou.
Já o terceiro requerimento questionará a recusa da comissão em analisar o pedido da defesa de suspeição do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG).
"Quando trata de projeto de lei, preferencialmente, não se deve dar relatoria para parlamentares do mesmo partido. Se se trata assim, para relatoria de projeto, como pode ser diferente para o julgamento de impeachment?", questionou Cardozo. "É uma suspeição objetiva", frisou.
O quarto recurso, considerado mais grave pela defesa, pedirá ao presidente do STF, Ricardo Lewandovski, que reveja a decisão da comissão que rejeitou uma série de pedidos de diligências proposto pela defesa.
Entre os pedidos rejeitados pela comissão, estão as gravações feita pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado com caciques do PMDB, entre eles o ex-ministro do Planejamento senador Romero Jucá, e o ex-presidente da República José Sarney.
Para Cardozo, a análise dos áudios pela comissão do impeachment não representam ampliação do objeto da denúncia, mas, sim, provas que sustentam a defesa da presidenta afastada.
"Não mudei coisa nenhuma de opinião [sobre incluir fatos novos no impeachment]. Os áudios não alargam o objeto. Eles são provas. Não podemos ampliar o fato da denúncia. Quando se fala que não se pode, é que não se pode para o objeto. As gravações são fato novo, são, mas não aumentam o objeto. São fatos novos que discutem o projeto de impeachment", argumentou.
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