Para ter direito ao regime – que impõe o recolhimento apenas à noite ou então ou uso da tornozeleira eletrônica –, Ishii obrigatoriamente tem que ser recolhido. O policial se entregou após receber o mandado e está detido na Superintendência da PF do Paraná, a mesma que abriga detidos da Lava Jato. O modo como ele cumprirá o semi-aberto não foi determinado até o momento.
O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Em 2003, quando estava lotado na cidade –e onde cometeu o crime, ao facilitar a entrada de mercadoria contrabandeada do Paraguai–, ele já havia sido preso pelo mesmo caso. O processo contra Ishii tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e transitou em julgado, ou seja, ele não tem mais possibilidade de recorrer da decisão. Em março, o tribunal decidiu renovar a prisão do agente, remetendo os autos para Foz.
O agente é chefe do Núcleo de Operações da Superintendência da PF do Paraná e responde pela logística e escolta de presos para locais como IML, penitenciárias e audiências na Justiça. Por aparecer com frequência ao lado dos presos da Lava Jato, se notabilizou como um dos "símbolos" da operação.
Com a condenação, porém, ele deve ser afastado da Lava Jato e pode ser demitido da PF.
FAMA
O agente já foi homenageado com marchinha e máscara de carnaval, boneco inflável e até conto erótico. As aparições também fizeram com que ele fosse afastado das operações nas ruas desde o início do ano.
Em fevereiro ele fez uma visita ao Congresso Nacional, em Brasília, e tirou selfies com políticos como Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Na época, o japonês tinha planos de se lançar na política concorrendo a um cargo de deputado. Com filiação em negociação com alguns partidos, decidiu voltar atrás por problemas familiares e pressão da própria corporação, que se queixou que ele estava se expondo demais. Desde então, adotou uma postura mais discreta, evitando até mesmo aparições públicas.
Ishii também é investigado por suspeita de vazar informações sobre operações da PF. Em novembro, o policial foi apontado como responsável por vender informações sigilosas à imprensa pelo advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, em gravação divulgada pelo filho de Cerveró, Bernado. Posteriormente, Bernando enviou uma carta com um pedido de desculpas a Ishii.
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