O ex-ministro avalia que o partido ganhou fama negativa ao tentar coibir a corrupção, o que para ele é um dos principais legados do governo de Dilma Rousseff. "Quando um governo ousa enfrentar a corrupção, ele recebe diretamente o peso e o impacto de seu combate. Quando um governo não barra investigações, se não há engavetadores, como houve no passado, quando ele deixa a coisa fluir, cria leis, ele paga um preço por isso", afirmou.
Impeachment
O advogado também falou sobre a reta final do processo de impeachment de Dilma Rousseff, cujo julgamento se iniciará na quinta-feira. Cardozo avalia como positiva a ida da presidente ao Senado para depor. Ele criticou senadores tucanos que afirmaram que, caso ela esteja presente, irá legitimar o processo que chama de golpe. "Se fosse correta essa visão, nem advogado deveria ter. Temos que usar o processo para denunciá-lo, usar o golpe para mostrar a farsa que se constrói. Esse é o papel que temos nesse processo, se não conseguirmos revertê-lo", afirmou.
O advogado reiterou a tese de golpe de Estado e a ausência de crime de responsabilidade no processo contra Dilma. Em sua leitura, a presidente é vítima de uma confluência de forças: de um lado, aqueles que não aceitaram ter perdido as eleições de 2014; de outro, aqueles que estão insatisfeitos com o avanço da Operação Lava Jato.
Cardozo acredita que Dilma também sofreu com um conjuntura internacional que agravou a crise econômica. Segundo ele, os artífices do processo de impeachment utilizaram a questão econômica e a baixa popularidade da presidente de forma oportunista.
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