Intenção dos aliados é preparar, na próxima semana, um roteiro de perguntas para que a presidente afastada responda, simulando situações do julgamento
Senadores do PT visitaram, na manhã desta quinta-feira, a presidente afastada, Dilma Rousseff, e acertaram com a petista fazer uma espécie de "treinamento" com ela antes do início do julgamento do impeachment. Dilma já anunciou que vai participar no dia 29 da sessão em que fará sua defesa pessoal do processo.
A intenção dos aliados de Dilma é preparar na próxima semana um roteiro de perguntas para que a presidente afastada responda, simulando situações do julgamento. Reuniram-se com ela no Palácio do Alvorada o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e os senadores petistas Paulo Rocha (PA) e José Pimentel (CE).
Humberto Costa disse, em entrevista no Senado, que a presidente está preparada para ir à Casa a fim de responder a todas as perguntas sobre o processo a que responde por crime de responsabilidade. Para o líder petista, a presença da imprensa nacional e internacional poderá chamar a atenção para o julgamento e, dependendo de como ela transmitir a mensagem dela, influenciar até em alguns votos dos senadores.
Costa disse que a participação de Dilma "vai ser um ponto definitivo da narrativa desse processo".
— Ela vai ter amplas condições de dizer, em viva-voz, que não cometeu nenhuma irregularidade nesse processo, que é injusto — avaliou.
Segundo o líder do PT, a presidente disse que não está preocupada com a possibilidade de que senadores da base aliada do presidente interino, Michel Temer, venham a agredi-la verbalmente.
— Isso não é um problema meu — disse Dilma na manhã desta quinta, segundo Humberto Costa.
Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), a presença de Dilma na sessão de julgamento convalida todo o processo.
— Ela jogará por terra todo o discurso de que o processo é um golpe. Não existe golpe com a presença do golpeado — disse.
O tucano afirmou que a presença da presidente afastada vai ampliar o placar em desfavor de Dilma. Cássio disse que é a Dilma que tem que se constranger com a situação, diante do que ele considera como "graves crimes" que ela cometeu. O líder do PSDB disse esperar que não haja agressões e que trabalhará para garantir um julgamento "civilizado e respeitoso".
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