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O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari, do ex-marqueteiro do PT, João Santana, da esposa e sócia dele, Mônica Moura, e de outras três pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa e organização criminosa.

O grupo é acusado de envolvimento no esquema de desvio de recursos na contratação de obras da Sete Brasil em quatro plataformas da Petrobras. Além das condenações, a força-tarefa da Lava Jato pediu ainda o confisco de quase R$ 800 milhões de reais pagos em propina.

Santana e Mônica Moura “mentiram” sobre caixa 2
O casal é acusado de receber R$ 4,5 milhões provenientes de corrupção em contas da Suíça, além de colaborar com o esquema de desvio de recursos da Petrobras.

De acordo com o documento, assinado por 11 procuradores e divulgado no sistema da Justiça Federal junto aos processos referentes à 23ª fase da operação Lava Jato, é falsa a afirmação de que os recursos recebidos por empresas do casal eram provenientes de Caixa 2 da campanha da presidente Dilma Roussef em 2010.

“Apesar do esforço argumentativo feito por Mônica Moura e João Santana, observa-se claramente a incoerência e falsidade da tese defensiva”, diz o documento. De acordo com os procuradores, a versão de caixa 2 teria sido uma “clara tentativa de afastar o dolo de sua conduta no recebimento de recursos de corrupção.”

No depoimento anterior, em fevereiro deste ano, o casal havia afirmado que os recursos eram provenientes de campanha em Angola. A versão foi “desmentida” pelo própria publicitária no segundo depoimento. Os procuradores da Lava Jato afirmam não acreditar que a motivação para encobrir a verdade no primeiro depoimento fosse para poupar a presidente afastada Dilma Rousseff, conforme foi alegado pelos réus.

“A análise conjunta dos fatos e das versões apresentadas pela acusada e por seu esposo JOÃO SANTANA revelaram claramente que o intuito da alteração de versão foi unicamente o de tentar induzir em erro o juízo, uma vez que a narrativa – também falaciosa – apresentada inicialmente pelos acusados perante a autoridade policial já estava claramente desacreditada diante dos elementos concretos demonstrados nos presentes autos”.

O casal está em liberdade provisória desde o dia primeiro de agosto, após o depoimento que prestaram sobre o caixa 2. Eles pagaram fiança e cumprem medidas de segurança.

Condenações e penas
Além de Vaccari, João Santana e Mônica Moura, os procuradores também pedem a condenação do operador Zwi Skornicki e do ex-gerente da Petrobras, Eduardo Musa, do ex-executivo da Sete Brasil, João Ferraz. As penas sugeridas para cada um deles depende de uma série de agravantes e atenuantes apontados pelos procuradores.

O parecer dos procuradores será analisado pelo juiz Sérgio Moro, que aguarda o pronunciamento da defesa dos réus para proferir a sentença.



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