Ainda no aeroporto da cidade paranaense, Serra foi abordado por jornalistas que o questionaram sobre a possibilidade da exclusão dos venezuelanos do Mercosul, no momento em que Brasil, Paraguai e Argentina atuam para impedir que a Venezuela assuma a presidência rotativa do bloco.
Na última quinta-feira, diplomatas dos quatro países fundadores do Mercosul se reuniram em Montevidéu para discutir a situação da Venezuela, mas não conseguiram chegar a um acordo. O Uruguai, que entregou a presidência sem consenso sobre quem seria seu sucessor, segue defendendo que os venezuelanos a assumam, seguindo a tradicional rotação por ordem alfabética.
Mas brasileiros, paraguaios e, de forma mais discreta, a Argentina tentam impedir que o país governado por Nicolás Maduro fique à frente do Mercosul neste momento. Seus governos entendem não haver condições políticas para tanto e afirmam que Caracas não incorporou quase metade do acervo de normas do Mercosul perto do fim de um prazo de 12 anos para fazê-lo.
Em Foz, afirmou que esse imbróglio "até meados de agosto vai estar resolvido". E citou duas fórmulas possíveis como saída para o impasse. "Nós vamos caminhar para um entendimento, ou de um colegiado, pra tocar o Mercosul, ou, mesmo, de o presidente da Argentina, que seria o próximo na rotação por ordem alfabética, assumir, o presidente Macri", disse.
Em notas publicadas nos últimos dias, a chancelaria venezuelana disse ser vítima do que chama de uma "Nova Tríplice Aliança", formada por Brasil, Argentina e Paraguai, que pretende tolher seu direito de exercer a presidência do bloco. Em uma referência à coordenação de ditaduras sul-americanas para caçar militantes de esquerda nos anos 1960 e 1970, também se disse vítima de uma nova "Operação Condor".
Serra, por sua vez, voltou a criticar Maduro, dizendo que ele não tem condições de assumir o a presidência do bloco.
"A Venezuela, ou melhor, o presidente Maduro, que é o presidente da Venezuela, não vai poder assumir. Até porque a Venezuela não cumpriu com os pré-requisitos de ingresso no Mercosul", disse Serra. "E também porque o Maduro hoje não governa nem seu país direito, imagina o Mercosul."
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